Freguesia de Benfica vai ter Centro Ambulatório de Saúde no edifício da junta

Os moradores, estudantes e trabalhadores da freguesia lisboeta terão direito ao cartão Saúde+Próxima Bairro de Benfica, que dará acesso a descontos e vantagens

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O centro estará localizado na Junta de Freguesia de Benfica, na Avenida Gomes Pereira. Câmara de Lisboa

A Junta de Freguesia de Benfica, em Lisboa, assinou ao início da tarde deste sábado um protocolo com o Hospital da Cruz Vermelha para a criação de um Centro Ambulatório de Saúde na sua sede. O projecto-piloto arranca daqui a duas semanas e tem como finalidade proporcionar aos moradores acesso a “saúde mais próxima”.

O Centro Ambulatório de Saúde (CAS) começa a funcionar em pleno a 17 de Outubro no edifício da junta, na Avenida Gomes Pereira, e vai alargar a resposta de cuidados médicos da freguesia. Ao PÚBLICO, Adalberto Campos Fernandes, presidente do Hospital da Cruz Vermelha (HCV), diz que o pretendido com este avanço é criar “uma rede mais fina, supletiva e que possa ajudar a recuperar muitas das necessidades de saúde que estão por satisfazer tão cedo quanto possível”. E acrescenta que este serviço de “saúde mais próxima” tem como objectivo “fazer bem pelas pessoas, fazer bem pela cidade e fazer bem pelas freguesias”.

Esta junta tem, há mais de 30 anos, um centro clínico onde são realizadas mais de dez mil consultas por ano. No entanto, existia a necessidade de criar um serviço mais avançado e cómodo para a população. Ricardo Marques, presidente da Junta de Freguesia de Benfica, entende que avançar com esta parceria significa poder “trazer novas especialidades” e “novas áreas de cobertura” para os habitantes. Ao mesmo tempo, será “uma plataforma de maior atenção e maior cuidado” para resolver questões que “durante a pandemia ficaram esquecidas”. O autarca sublinha que “as vantagens de tudo o que o Hospital da Cruz Vermelha tem hoje são estendidas aos moradores de Benfica”.

O serviço pode ser acedido, recorrendo a o cartão Saúde+Próxima Bairro de Benfica, que dará acesso a todas as especialidades e cuidados médicos complementares. Os beneficiários também terão direito a transporte para o hospital assegurado pela junta de freguesia.

O cartão, que é gratuito, dá acesso a todos os descontos e vantagens e vai permitir o acesso à integralidade dos serviços clínicos de Benfica, da Cruz Vermelha e do HCV. Para se poder ter acesso ao serviço basta residir, trabalhar ou estudar em Benfica. O cartão pode ser obtido no centro clínico ou no Espaço Cidadão (ambos no edifício da junta) e ainda no Palácio Baldaya, no quiosque da Avenida Grão Vasco e no posto de atendimento do Bairro da Boavista. A requisição também pode ser feita no site e na app do Bairro de Benfica.

Este serviço tem a particularidade de ser universal, não havendo nenhum benefício em função da idade. Ricardo Marques sublinha não haver nenhuma diferenciação nesse capítulo: “As respostas que temos são para toda a gente, quer para a criança de dois anos, como para o nosso sénior de 85”.

Mais serviços

O valor de uma consulta no CAS rondará os 30/35€, dependendo da especialidade. Os exames complementares terão tabelas próprias. A partir de 15 de Outubro, será aumentada a oferta de profissionais de saúde e as consultas da especialidade. Até ao fim do ano, o protocolo entre as duas entidades promete introduzir consultas de Endocrinologia, Psiquiatria e Optometria. É previsto que, já durante 2023, possam vir a existir mais especialidades, com preços acessíveis para os utentes. O centro contará também com um gabinete de enfermagem, assim como rastreios oftalmológicos e auditivos. Outra das vantagens que os beneficiários poderão usufruir passa pela prestação de cuidados de saúde ao domicílio.

Ricardo Marques reconhece que, actualmente, existe “uma carência de soluções públicas”, de forma a ser possível existir “uma saúde mais próxima”. No entanto, vê nesta iniciativa um caminho para se atingir esse objectivo. “Aquilo que fazemos é uma boa prática com uma entidade particular como a Cruz Vermelha, que tem uma participação muito activa do ponto de vista social e da ligação àquilo que são as franjas mais necessitadas da comunidade, com uma autarquia de proximidade como é uma junta de freguesia, que, em vez de ficar em paz e serena, prefere agir para procurar soluções que aumentem aquilo que é a capacidade de resposta do território”, afirma.

O autarca espera que já neste sábado “centenas de utilizadores” apareçam no Palácio Baldaya para receberem os cartões, que conta poderem vir a ser “utilizados massivamente”.

Texto editado por André Borges Vieira

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