90 anos a brincar com Lego: como a histórica marca se mantém actual na chegada a Lisboa

Nove décadas de vida e de brincadeira depois, na semana em que abre a primeira loja em Portugal, a Lego reflecte sobre como chegou aos dias de hoje e como encara o futuro.

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A inclusividade e a diversidade são peças chave para a Lego DR/Kenny Eliason

A empresa dinamarquesa Lego celebra, em 2022, o seu 90.º aniversário, com o olhar voltado para o futuro, mas sem esquecer a essência da icónica marca de brinquedos de construção. Fundada em 1932 por Ole Kirk Christiansen, a Lego inaugurou, nesta quinta-feira, a sua primeira loja em Portugal, no Centro Comercial Colombo, em Lisboa.

Apesar destas nove décadas de história da marca, Vincent Plane, gestor do país para a Lego Iberia, afirma que a empresa tem a necessidade de estar em constante “inovação” do seu catálogo, acompanhando as mudanças nos novos gostos e tendências.

“Todos os anos temos mais de metade do nosso portefólio com produtos novos”, contou o representante da empresa ao PÚBLICO. “Quando se olha para os produtos, vê-se que são semelhantes e, de certa forma, diferentes dos que tínhamos há dez anos”, acrescenta.

O gestor afirma também que a inclusividade e a diversidade são peças chave para a empresa que, em 2021, lançou um conjunto com as cores da bandeira LGBT e prometeu remover os estereótipos de género dos seus brinquedos. Plane destaca ainda a função social que a Lego tem tido através da sua fundação​: “25% dos dividendos da Lego destinam-se à Fundação Lego, que desenvolve projectos para famílias com necessidades”, relembra.

Outra preocupação da empresa é a sustentabilidade futura dos produtos, uma vez que a maioria das peças de Lego continua a ser feita de plástico e as embalagens são elaboradas em cartão e plástico. Um problema que levou a Lego, nos últimos anos, a procurar alternativas, aumentando o investimento quer na pesquisa quer no desenvolvimento de peças e embalagens a partir de outras matérias-primas.

Em 2018, a empresa começou a produzir peças feitas de bioplásticos criados a partir de cana-de-açúcar, tendo lançado um conjunto de uma casa de árvore à base deste material. Segundo o site oficial, a Lego está ainda a trabalhar em protótipos feitos a partir de garrafas de água recicladas.

Quanto às embalagens, a empresa está a transitar para a utilização de materiais reciclados sendo que, por exemplo, o cartão utilizado nas caixas é 75% composto por cartão em segunda vida. A empresa dinamarquesa tem como objectivo que todos os seus produtos sejam feitos de materiais sustentáveis até 2030 e que todas as embalagens sejam totalmente produzidas a partir de materiais reciclados até 2025. “Acreditamos mesmo que esse é o futuro”, garante Vincent Plane​.

“Se se olhar para a nossa história, houve alguns problemas e não tem sido linear”, aponta o gestor, ressalvando, porém, que “a capacidade da Lego de se regenerar é fantástica”. É por isso que Plane garante que a Lego ainda “cá estará daqui a 90 anos ou mais”.

Nesta reflexão sobre o seu futuro, o Grupo Lego, que produz ainda videojogos, filmes e gere parques de diversões no mundo inteiro, não esquece aquela que é a sua identidade. “No fim, tudo se resume ao pequeno tijolo. É o ADN da Lego”, afirma o director.

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A inauguração da loja decorreu na passada quinta-feira, 29 de Setembro DR

Uma loja portuguesa, com certeza

A Lego tinha, no fim de 2021, um total de 832 lojas espalhadas pelo mundo, tendo aberto as portas de mais umas dezenas ao longo de 2022 (no fim do primeiro semestre, contabilizava mais 66), incluindo a estreia em Portugal.

A primeira loja certificada em território nacional fica no Centro Comercial Colombo, em Lisboa, e foi inaugurada nesta quinta-feira (o espaço comercial já se encontra a funcionar desde 2 de Setembro), incluindo um Estúdio de Personalização, onde é possível ter uma peça à medida. Ou seja, quem visitar a loja poderá fazer uma figurinha da Lego personalizada no momento, com a opção exclusiva portuguesa de ter uma com o traje de minhota.

É um dos vários toques portugueses que se encontram pela loja, nos quais se inclui um mural feito em Lego com representações de Lisboa, de Amália e de pastéis de nata.

A importância da abertura desta loja reside, para a empresa, num plano há muito delineado, sendo que as expectativas desta para esta incursão no mercado português já foram superadas. “Durante as primeiras semanas, os resultados têm sido fantásticos, mais do que estávamos à espera”, afiança Rossana Mastrosimini, directora de vendas da Lego para a Europa Ocidental.

No âmbito da inauguração, a loja promoveu ainda a construção, numa das praças do centro comercial, junto à entrada Sul, daquele que pretende que seja o maior painel de azulejos feito com Lego do mundo. Composto por 250 tabuleiros com desenhos predefinidos, o mural foi executado com a ajuda de quem passou pela loja na passada quinta-feira.


Texto editado por Carla B. Ribeiro

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