Vodafone chega a acordo para comprar a Nowo

Terceira e quarta operadora do mercado português vão combinar operações. Negócio deverá estar concluído no primeiro semestre do próximo ano.

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Mário Vaz lidera Vodafone em Portugal. Nuno Ferreira Santos

A Vodafone Portugal chegou a acordo com a dona espanhola da Nowo para comprar a quarta empresa de telecomunicações do mercado português.

Num comunicado divulgado esta sexta-feira, a empresa presidida por Mário Vaz anunciou ter celebrado com a “Llorca JVCO Limited, accionista da Másmóvil Ibercom, S.A. (“Másmóvil”), um acordo para a compra da empresa Cabonitel S.A., detentora da Nowo Communications (“Nowo”)”.

A Nowo tem “cerca de 250 mil subscritores do serviço móvel e 140 mil clientes do acesso fixo”, ou seja Internet em banda larga e televisão por subscrição, com uma rede que chega a cerca de um milhão de casas.

O valor do negócio não foi divulgado, mas alguma imprensa espanhola, como o jornal Cinco Dias, cita fontes de mercado que avaliam a Nowo em 150 milhões de euros.

Para a Vodafone, a concentração das duas operações (que tem de passar ainda pelo crivo dos reguladores, mas que se espera que fique concluída na primeira metade de 2023) representa “maior escala” e “maior cobertura, com benefícios para os actuais e para os futuros clientes”.

Também cria condições “para investimentos mais eficientes em redes de conectividade de elevado débito” e permite o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores”.

Segundo os dados do primeiro semestre divulgados pelo regulador, Anacom, sobre os pacotes de serviços, subscritos por 4,5 milhões de clientes, a Meo tem uma quota de 41% e a Nos de 35,7%. As quotas da Vodafone e da Nowo são de 20,2% e de 3%, respectivamente.

Em comunicado, Mário Vaz destaca os investimentos previstos para a actual rede fixa da Nowo: “A futura modernização da rede adquirida para a nova geração de fibra óptica irá beneficiar os actuais e futuros utilizadores, ao garantir a qualidade e a resiliência acrescida desta infra-estrutura”.

Mais clientes e maior cobertura fixa (até à data, a Nowo tem cobertura apenas em algumas regiões do país e também não tem operação móvel autónoma) dão assim à Vodafone mais trunfos para competir com as rivais. Mas a Nowo, que até agora tem usado a rede da Meo para oferecer serviços móveis com um acordo de operador móvel virtual, também passou a ter espectro para serviços móveis.

Foi um dos concorrentes que esteve a disputar aos três maiores operadores as frequências para o desenvolvimento da tecnologia 5G no leilão que decorreu em 2021, tendo investido cerca de 70 milhões de euros.

O negócio entre a Vodafone Portugal e os donos espanhóis da Nowo seguiu-se a meses de rumores sobre uma possível fusão entre a Vodafone e a Más Móvil no mercado espanhol. No entanto, no Verão, a Más Móvil e a Orange acabaram por anunciar a fusão, um negócio que deixou de fora a operação em Portugal.

O Cinco Dias refere que ainda que a Más Móvil desistiu do mercado português devido à entrada da romena Dixarobil (outra empresa que comprou espectro no leilão), que se diz ter uma política de preços muito agressiva.

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