Confiança dos consumidores em mínimos desde o início da pandemia
Desde Novembro de 2020 que o saldo das perspectivas dos consumidores sobre a situação económica de Portugal nos próximos 12 meses não era tão negativo.
O indicador de confiança dos consumidores caiu em Setembro para o valor mais baixo desde o início da pandemia em Abril de 2020, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Já no final de Agosto havia mais portugueses a prever cortar em compras importantes e empresas a denotar menos confiança. Na Europa, a tendência é a mesma, com a quebra de confiança mais expressiva a registar-se na Alemanha, nos Países Baixos, em Itália e França. O indicador do sentimento económico voltou, em Setembro, a recuar tanto na zona euro quanto na União Europeia (UE) pelo oitavo mês consecutivo, segundo dados da Comissão Europeia.
Em Portugal, desde Novembro de 2020 que o saldo das perspectivas dos consumidores sobre a situação económica nos próximos 12 meses não era tão negativo.
Quanto às perspectivas de consumo, é preciso recuar a Abril de 2020 para encontrar um saldo tão negativo no que toca à hipótese de compra de um carro nos próximos 12 meses, aquisição ou construção de habitação ou realização de obras de melhoramento em casa.
O valor agregado do índice de confiança desce mesmo para um nível inferior ao observado em Março, isto é, logo a seguir ao início da guerra na Ucrânia, quando se verificou a segunda queda mais intensa da série.
“O saldo das opiniões dos consumidores sobre a evolução passada dos preços aumentou ligeiramente em Setembro, renovando o valor máximo da série que havia sido registado nos dois meses anteriores, na sequência da trajectória marcadamente ascendente iniciada em Março de 2021”, acrescenta o INE.
Depois de atingir um pico em Fevereiro, o indicador de clima económico voltou a diminuir em Agosto e Setembro. E depois de um Verão aparentemente muito movimentado em sectores como o turismo, o indicador de confiança dos serviços baixou expressivamente. Em sentido contrário, “melhorou na construção e obras públicas, no comércio e na indústria transformadora”, ainda que “apenas de forma ligeira nos últimos dois casos”.