Exposição
De Marlon Brando a David Bowie, a fotografia de Steve Schapiro chega a Loulé
Dentro de um edifício cor-de-rosa, no centro histórico de Loulé, especificamente no interior de uma galeria baptizada em sua homenagem — In The Pink — é possível visitar, até 17 de Dezembro, a exposição retrospectiva do trabalho do fotógrafo norte-americano, falecido há poucos meses, Steve Schapiro.
As imagens que criou farão parte da cultura visual de muitos, sobretudo os retratos que fez de David Bowie, Andy Warhol, Samuel Beckett, Barbra Streisand, Muhammad Ali ou Truman Capote, que marcaram as décadas de 70 e 80 e se tornaram símbolos de uma era. Fotografou perto de 400 produções cinematográficas. Algumas das imagens que produziu de filmes como Taxi Driver, com Robert de Niro e Jodie Foster, Chinatown, com Jack Nicholson e Faye Dunaway, e O Padrinho, com Marlon Brando e Al Pacino, realizado por Francis Ford Coppola, fazem hoje parte da iconografia cinematográfica mundial.
Mas Steve Schapiro não foi apenas um reputado fotógrafo retratista de celebridades ou de sets de cinema. A sua carreira, que teve início em 1961, atingiu o ponto mais alto naquela que é considerada "a era dourada do fotojornalismo". Schapiro assistiu, sempre munido de uma câmara fotográfica, às mais importantes transformações políticas e culturais dos Estados Unidos do século XX. Algumas das fotografias mais marcantes da sua carreira foram produzidas nas marchas Jobs and Freedom (Washington, 1963) e Selma to Montgomery (1965), durante a corrida presidencial de Robert F. Kennedy, ou o Verão do Amor, em São Francisco; as mais icónicas são, talvez, as que realizou no dia em que Martin Luther King foi assassinado, em 1968.
Os seus trabalhos fotojornalísticos, alguns de cariz documental profundo, realizados ao longo de vários meses - entre eles, ensaios sobre dependência de drogas, campanha de Robert F. Kennedy, Teatro Apollo - chegaram às capas das revistas Time, Life, Look, Newsweek, Rolling Stone, Vanity Fair, Sports Illustrated, People, e Paris Match. A obra que produziu integra colecções públicas do The Metropolitan Museum of Art e do Smithsonian Museum e já foi exposta por todo o mundo ao longo das últimas seis décadas.
Steve Schapiro começou a fotografar aos nove anos e fez os últimos disparos em 2022, já perto dos noventa. O seu percurso pode ser conhecido mais a fundo aqui - e na exposição que lhe é dedicada na galeria In The Pink, em Loulé, até 17 de Dezembro.