Afinal, o Arquivo Municipal de Lisboa já não vai para o Convento de Chelas

Novo arquivo deverá ser construído no “eixo do conhecimento”, num terreno entre o Campo Grande e o Palácio Galveias. O Convento de Chelas, apontado pelo anterior executivo como a nova localização do arquivo, “não serve o propósito” para o futuro, disse o vereador da Cultura.

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Tanto o arquivo como a hemeroteca estão há vários anos instalados em espaços provisórios Miguel Manso/Arquivo

O Arquivo Municipal de Lisboa já não deverá ter como nova morada o Convento de Chelas, na freguesia de Marvila, como chegou a ser apontado pelo anterior executivo. “O Convento de Chelas não serve o propósito de um arquivo de futuro”, disse o vereador da Cultura, Diogo Moura, na sessão da assembleia municipal desta terça-feira, respondendo a uma questão do deputado do PEV Sobreda Antunes.

Na sessão, o autarca reconheceu que a relocalização do arquivo é uma “necessidade imperiosa” há vários anos, e que, após análise, o município concluiu que o Convento de Chelas não garantiria um arquivo para ter uma “capacidade a 30 anos”.

O município diz, contudo, já ter encontrado uma localização alternativa para o equipamento, que deverá ser instalado no “eixo do conhecimento”, num terreno que a câmara municipal identificou entre o Campo Grande e o Palácio Galveias. A localização concreta não foi ainda anunciada.

As más condições em que são guardados, ao cuidado do município, milhares de documentos que contêm séculos de informação e da memória da cidade têm sido denunciadas ao longo dos últimos anos pelos trabalhadores do arquivo, mas também da hemeroteca municipal.

O Arquivo Municipal de Lisboa está hoje dividido por três núcleos: o histórico está no Bairro da Liberdade (que acolheu há um ano o acervo que estava no pólo do Arco do Cego), o fotográfico está na Rua da Palma e a videoteca está no Largo do Calvário. Em todos, mas sobretudo no Bairro da Liberdade, em Campolide, os trabalhadores denunciam infiltrações, degradação de documentos, problemas de segurança.

Por agora, o vereador avançou que estão a ser realizadas algumas obras para responder aos “problemas imediatos de infiltrações e queda de água” nas instalações do Bairro da Liberdade — que eram uma solução provisória que se tornou permanente.

O novo espaço que será criado vai juntar os vários arquivos espalhados pela cidade de Lisboa. Diogo Moura anunciou também que será encontrada uma solução para a hemeroteca municipal. “Por agora será uma provisória, mas teremos também uma de futuro que passará por um equipamento novo”, disse.

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