Capicua: “Gosto de palavras desde que me lembro de existir”

Capicua escreve “para digerir as dores da existência”. Passando do rap à literatura, juntou crónicas, poemas e outros textos num livro com capa cor-de-rosa. Ana Matos Fernandes deixou-nos entrar no seu Aquário, um “lugar seguro” de partilha sobre vivências, opiniões, angústias e crises existenciais.

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Ao escrever, Capicua tenta tornar um texto pessoal numa "ferramenta de transformação do mundo" Daniel Rocha/PUBLICO

É com o Parque Eduardo VII de fundo que Capicua (ou Ana Matos Fernandes) fala de Aquário. No meio da agitação do seu dia, munida de uma garrafa de água e óculos de sol, pousa o telemóvel e prepara-se. Fala com energia, clareza e cadência — à semelhança do que escreve. E também se ri, até de si própria. A gargalhada ecoa com facilidade quando, brevemente, se esquece que escreveu uma metacrónica sobre a procura de tema para uma crónica. É a “clássica armadilha dos cronistas”, diz prontamente.

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