Funcionários da antiga residência de Carlos III informados de que podem perder o emprego

Um porta-voz de Clarence House disse que as operações nesta propriedade já tinham cessado e que um processo de negociação com o pessoal tinha sido iniciado. A União dos Serviços Públicos e Comerciais acusa a atitude de “insensível”.

Foto
Carlos III vai mudar-se de Clarence House para o Palácio de Buckingham Reuters/HENRY NICHOLLS

Os funcionários que serviram o rei Carlos III enquanto este foi herdeiro do trono britânico foi informado da possibilidade de perderem os seus empregos, o que originou críticas de um sindicato de trabalhadores que considerou a mudança, ainda antes de a rainha ser enterrada, “insensível”.

Carlos, que sucedeu à mãe na sua morte na passada quinta-feira, e a mulher Camila, a nova rainha consorte, irão mudar-se de Clarence House, a residência londrina do casal, para o Palácio de Buckingham.

Um porta-voz de Clarence House disse que as operações nesta propriedade já tinham cessado e que um processo de negociação com o pessoal tinha sido iniciado. “O nosso pessoal tem prestado um serviço longo e leal e, embora alguns despedimentos sejam inevitáveis, estamos a trabalhar urgentemente para identificar papéis alternativos para o maior número possível de funcionários”, ressalvou o porta-voz.

O jornal The Guardian noticiou que cerca de uma centena de funcionários está em risco de perder o seu posto de trabalho, sendo que alguns trabalharam para Carlos III durante décadas, entre assistentes pessoais, cozinheiros, secretários. E as notificações terão sido emitidas ao longo dos dias em que trabalhavam para ajudar o novo rei durante o processo de sucessão — até enquanto decorria um serviço de homenagem a Isabel II, em Edimburgo.

A União dos Serviços Públicos e Comerciais já condenou a decisão de anunciar despedimentos durante o período de luto, considerando a atitude “insensível”. “Embora fossem de esperar algumas mudanças em todos os núcleos, à medida que os papéis em toda a família real mudam, a escala e a rapidez com que isto foi anunciado é extremamente insensível”, disse o secretário-geral do sindicato, Mark Serwotka.

O porta-voz de Clarence House, porém, justificou as acções com a lei que exige que o pessoal seja informado da situação na primeira oportunidade. “Apesar de todos os esforços para adiar até depois do funeral, o conselho [jurídico] permaneceu o mesmo”, disse, informando que “a todo o pessoal que seja despedido será oferecida uma indemnização reforçada”, apesar de não se prever nenhuma saída por durante, pelo menos, três meses.