Sarah Maldoror, uma voz poética e política da emancipação

No Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, em Lisboa, inaugurou-se Sarah Maldoror: Cinema Tricontinental. Uma exposição de imagens, documentos e obras de três artistas que transmite uma herança que ainda não se esgotou. O Ípsilon falou com o curador François Piron e com Annouchka Maldoror, uma das filhas de Sarah.

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NFS Nuno Ferreira Santos - 05 Setembro 2022 - Francois Piron curador com Annouchka de Andrade na montagem da exposicao de sua mae Sarah Maldoror : cinema tricontinental na cordoaria nacional Nuno Ferreira Santos

A exposição: Cinema Tricontinental não será, entre nós, o primeiro grande momento dedicado à obra da cineasta nascida em Gers, França, em 1929. No ano passado em parceria com a Cinemateca Portuguesa, o Indielisboa consagrou-lhe uma retrospectiva inédita, dando a conhecer uma produção fílmica extensa e pouco ou nada vista. Tratou-se de um acontecimento que mereceu o destaque merecido e não apenas nas páginas do Ípsilon. Afinal, reconhecia-se a obra de uma cineasta, inscrevendo-a na história (no mesmo ano, mencione-se, a nova programação de Marta Mestre no Centro Internacional das Artes José de Guimarães incluía um pequeno ciclo de filmes e se recuarmos dez anos, descobrimos o nome Sarah Maldoror no programa Próximo Futuro de António Pinto Ribeiro). O que representa então este novo momento da divulgação da obra de Sarah Maldoror? Para começar trata-se de uma exposição patente, até 27 de Novembro, no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, com o apoio de Temporada Portugal-França 2022. A curadoria está a cargo de François Piron do Palais Tokyo, instituição que acolheu, em Paris, a primeira versão de Sarah Maldoror: Cinema Tricontinental. Sim, em Lisboa o que podemos ver é uma variação dessa exposição, agora adaptada a outro espaço, defronte do Tejo e em plena Avenida da Índia. Não se deve olvidar, para esse efeito, a intervenção activa das Galerias Municipais, representada pelo seu director Tobi Maier.

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