Um plano perfeito executado na perfeição

Equipa de Rúben Amorim triunfa por 0-3 sobre Eintracht Frankfurt na 1.ª jornada da Liga dos Campeões. É a primeira vitória dos “leões” em solo alemão.

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Edwards marcou o primeiro golo do Sporting EPA/RONALD WITTEK

Havia duas narrativas para a estreia do Sporting na Liga dos Campeões 2022-23: uma, mais recente, era a de não repetir a entrada na Champions da época passada, uma goleada em casa com o Ajax (1-5); a outra, transversal à história europeia dos “leões”, era a ausência de vitórias em território alemão, apenas um empate e 14 derrotas, algumas bem traumáticas. Rúben Amorim tinha um plano para desfazer estes dois traumas e o Sporting executou o plano na perfeição. Os “leões” triunfaram sobre o Eintracht Frankfurt por 0-3, em jogo a contar para o Grupo D. Entraram a ganhar na liga milionária e, de caminho, fizeram história.

Amorim sabia o que tinha pela frente no vencedor da Liga Europa da última época, uma equipa que gosta de correr e apanhar o adversário desprevenido, e anunciou o plano “leonino” para o jogo em Frankfurt. Ter posse de bola, não deixar que o jogo se partisse e cometer pouco erros. Teria também de jogar com o combustível emocional que os entusiastas adeptos (ainda embriagados com a conquista europeia) iriam dar à sua equipa. Amorim foi muito claro: em vez de ser um jogo de correria, mais adequado ao estilo alemão, queria um jogo de paciência.

O estilo de jogo do Sporting tem os seus riscos e, por vezes, os “leões” colocam problemas a si próprios. Um passe mal calibrado em zona proibida e o adversário aproveita. Logo aos 2’, Ugarte foi o protagonista do erro, num disparatado passe atrasado que foi interceptado por Muani – o avançado francês virou-se logo para a baliza, mas valeu a atenção de Adán a negar o golo aos alemães. Pouco depois, aos 15’, o guardião espanhol teria um desses erros na saída curta, mas consegue ficar com a bola depois da ameaça de Lenz.

Depois de uma primeira parte em que o Sporting teve mais bola, maior circulação e mais paciência (só sofreu por erros próprios não forçados), o segundo tempo foi a altura em que o “leão” foi mortal – mesmo depois de ter perdido St. Juste por lesão aos 52’.

Aos 65’, Morita teve espaço no flanco, entrou na área e fez o cruzamento para Marcus Edwards. O britânico, com uma calma olímpica, esperou pelo momento certo para definir a trajectória e fazer o primeiro.

Edwards já estava a ser um dos melhores do Sporting em campo, ele que tinha estado num lance de penálti assinalado aos 12’ (e justamente revertido pelo árbitro após rever as imagens), além de ter estado na melhor oportunidade dos “leões” na primeira parte - um remate aos 35’ que Trapp defendeu. E, logo depois de ter marcado o golo, foi dele a assistência para o 0-2 aos 67’.

Num contra-ataque rápido iniciado por Antonio Adán, a bola chegou ao jovem britânico já dentro da área e ele, com a mesma calma com que tinha marcado, esperou pela chegada de Francisco Trincão. O ex-Barcelona recebeu, passou por um adversário e fez o segundo dos “leões” em Frankfurt, o seu primeiro com a camisola do Sporting – também ele subiu muito de nível na segunda parte, após um primeiro tempo discreto.

A formação germânica já parecia com dificuldades em reentrar no jogo, mas ficou de braços completamente caídos aos 82’. Pedro Porro ganhou uma bola no flanco direito e arrancou por ali fora, ao mesmo tempo que, no lado contrário, Nuno Santos (que entrara pouco tempo antes) avançava para a área. A bola saiu longa dos pés do espanhol e o extremo português foi certeiro para o 0-3. O Sporting ainda poderia ter feito mais golos em Frankfurt, mas não foi preciso. A vitória que acabou com os traumas já estava mais do que garantida.

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