Filmagens em 8K mostram o Titanic como nunca o vimos antes. E há proposta milionária para o visitar
OceanGate Expeditions revela imagens numa definição inédita do navio naufragado há 110 anos. E avisa: se nada for feito para o impedir, os destroços vão perder-se para sempre. Mas há outra proposta para 2023: se tiver um quarto de milhão de euros, pode explorar o que resta do Titanic.
Sabia que, desde a sua descoberta em 1985, menos de 250 pessoas viram pessoalmente os destroços do RMS Titanic e o local onde o navio de encontra “enterrado”? Confiamos nos dados fornecidos pela OceanGate Expeditions, que após o sucesso das expedições de 2021 e de 2022, já está a preparar tudo para voltar a mergulhar no local na Primavera de 2023. Os candidatos à missão de dez dias (oito dos quais no mar) podem ir preparando um quarto de milhão de euros.
Voltámos ao naufrágio mais famoso da história dez anos depois de os seus destroços terem beneficiado da protecção da Convenção da UNESCO para o património cultural subaquático. Mas é a própria OceanGate quem nos diz – e mostra em 8k – ser preocupante o desgaste causado pela erosão, pressão e salinidade da água, bem como pela acção de microrganismos presentes em toda a estrutura que em muito aceleram a destruição dos destroços do navio construído em Belfast entre 1909 e 1911 que naufragou há 110 anos.
Os especialistas da missão de 2022 acabam de revelar novas imagens com um nível de definição “nunca antes visto” isto apesar de os destroços estarem a 2,4 milhas da superfície do Atlântico Norte, a cerca de 400 milhas náuticas de Newfoundland, Canadá.
Para além de mergulhadores profissionais e de turistas, a tripulação da última expedição incluiu historiadores e cientistas. “Os surpreendentes detalhes nas imagens em 8K ajudarão a nossa equipa a caracterizar a decadência do Titanic com mais precisão à medida que capturamos novas imagens em 2023 e além”, disse Stockton Rush, presidente da OceanGate Expeditions, em comunicado.
Esta expedição é conduzida como uma série de missões de oito dias que começam e terminam em St. John's, Newfoundland. O navio de expedição retorna ao porto no final de cada missão para reabastecer e a bordo são fornecidas todo o tipo de formações em diversas áreas úteis à campanha. A bordo, e para os interessados, há sessões diárias de esclarecimento relativamente à história e à actual condição do navio, à vida marinha e objectivos do mergulho seguinte.
O programa prevê até cinco mergulhos em cada missão — no caso de as condições o permitirem.
As imagens agora reveladas começam por mostrar a proa do Titanic, que não evitou um iceberg na noite de 15 de Abril de 1912. Características do navio, como o nome do fabricante de âncoras, Noah Hingley & Sons Ltd na âncora a bombordo, são agora visíveis. “Estudo o naufrágio há décadas e completei vários mergulhos e não me lembro de ter visto nenhuma outra imagem mostrando esse nível de detalhe”, disse Rory Golden, especialista nesta embarcação e mergulhador veterano.
As luzes verdes visíveis à medida que a câmera se move são do sistema de escala a laser, explicou Paul Henry Nargeolet, outro veterano nestas andanças. “Este sistema permitir-nos-á determinar com precisão o tamanho dos objectos. A distância entre as duas luzes verdes é de 10 centímetros.”
Preocupante é o estado de conservação dos destroços. Ao comparar filmagens e imagens das duas últimas expedições, a equipa detecta “pequenas mudanças”, aponta Rush, sensível à rápida deterioração. Algumas estimativas dizem que o navio desaparecerá numa questão de décadas.