Gripe pode ser precoce e bastante intensa. Campanha de vacinação arranca quarta-feira em 397 locais

Vacinas serão administradas primeiro a pessoas com 80 anos ou mais e todos os que tenham comorbilidades. Daqui a um mês começa vacinação para os maiores de 70 anos e a 4 de Novembro devem começar a ser chamadas as pessoas com 60 ou mais anos

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A campanha vai começar com a vacinação das pessoas mais velhas, com 80 anos ou mais Daniel Rocha

Nas próximas semanas, o país terá a funcionar 397 postos para garantir que cerca de três milhões de pessoas recebem as vacinas contra a gripe e a covid-19. O plano vai ser faseado e deve estender-se até 17 de Dezembro, arrancando esta quarta-feira para as pessoas com 80 anos ou mais e para quem sofre de doenças crónicas.

Se a realidade do hemisfério Sul vier a confirmar-se por cá, o Inverno pode trazer uma vaga ou vagas de gripe (e covid-19) muito precoce e intensa. E, nesse caso, a máscara pode voltar, ainda que não necessariamente como imposição.

Esta quarta-feira arranca a campanha de vacinação em simultâneo para a gripe e a covid-19 e a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, deixou esta segunda-feira um apelo: “Vamos proteger-nos no Outono e Inverno para passarmos estes meses o melhor possível. E uma das formas de protecção é a vacinação: é simples, faz efeito, protege contra doença grave, contra internamento, contra morte, é isso que queremos nesse Inverno”, disse, em directo, na RTP.

A responsável da Direcção-Geral da Saúde (DGS) apresentou o calendário que será seguido, a partir de quarta-feira, com o arranque da campanha de vacinação e avisou que os próximos meses podem ser marcados por “ondas” intensas de problemas relacionados com vírus respiratórios. É essa, pelo menos, o cenário que ocorreu no hemisfério Sul - onde é actualmente Inverno -, e que por cá se costuma monitorizar para tentar antecipar como serão os meses mais frios do ano. “Este ano, a Austrália, que é um país que monitoriza muito bem [a gripe], teve uma onda de gripe muito precoce, mais precoce do que a dos últimos cinco anos, e bastante intensa. Subiu depressa e também baixou depressa, mas há aqui esta questão de que provavelmente vamos ter ondas, não só de gripe como de covid-19”, disse Graça Freitas.

Questionada sobre se essa situação, a confirmar-se, poderá ditar o retorno do uso de máscaras, que está, actualmente, quase arredada da vida das pessoas, a directora-geral da Saúde admitiu que sim, embora não se tenha referido a essa possibilidade como uma medida obrigatória. “Creio que será do senso comum. Todos nós, quando há actividade de vírus respiratórios [...], voltarmos a ter, até por nós próprios, alguma contenção”, disse, concluindo: “E esta é a nossa recomendação.”

Graça Freitas frisou que uma das melhores formas de protecção é a vacinação, pelo que apelou a que as pessoas o façam. A campanha de vacinação contra a gripe a a covid-19 está organizada de forma faseada e prevê-se que dure até 17 de Dezembro.

Esta quarta-feira arranca a vacinação em simultâneo, contra a gripe e a covid-19 (já com a nova vacina, com anticorpos para a variante Ómicron), para as pessoas com 80 anos ou mais e todos os que tenham comorbilidades, doenças crónicas. O arranque será “simbólico”, em alguns locais, mas começa em força na quinta-feira, 8 de Setembro, garantiu.

Dentro de “um mês”, acrescentou, começa a vacinação das pessoas com 70 anos ou mais, que deverá prolongar-se até 4 de Novembro, dia em que está previsto que comecem a ser vacinados todos os que tenham 60 anos ou mais.

As pessoas visadas serão contactadas por chamada telefónica ou por SMS e o calendário poderá ser prolongado, caso seja necessário. “Este é o plano que está montado para vacinar rapidamente três milhões de pessoas, mas há lugar a ajustes, para que, quem ficou atrasado por qualquer motivo, recupere a sua vacinação”, disse. Além disso, frisou, há “vacinas em quantidade suficiente para muito mais do que esta população alvo, pelo que se for considerada a possibilidade de se alargar o grupo de pessoas a ser vacinada, o país está preparado.

Graça Freitas explicou que as pessoas podem optar por tomar apenas uma das duas vacinas programadas, mas lembrou que a recomendação da DGS é para que sejam tomadas ambas e em simultâneo. “É seguro, é mais simples, escusam de ir duas vezes à vacinação. Uma vacina é dada no braço direito, a da covid no braço esquerdo. Não há qualquer incompatibilidade entre as duas, os ensaios clínicos assim o dizem. Podem levar as duas com toda a segurança no mesmo dia”, disse.

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