Qual o segredos dos maçaricos-galegos, espécie de ave resistente às alterações climáticas?

Camilo Carneiro passou os últimos cinco Verões na Islândia, em trabalho de campo para estudos sobre os maçaricos-galegos. Neste momento anda a tentar perceber como é que os recursos alimentares das planícies do Sul do país influenciam o crescimento e resistência da espécie.

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Camilo Carneiro avisa-nos para estacionarmos o carro e seguirmos no dele. “Isto às vezes pode ser um bocado caótico”, justifica. Está sol, as temperaturas máximas anunciam 17 graus Celsius e vamos para uma vasta planície verde em Fljótshlíð, em busca de crias de maçarico-galego (Numenius phaeopus), o objecto de estudo do investigador português na Islândia. A justificação deixa-nos intrigados, mas isso é porque ainda não começamos a assistir a um dia normal de trabalho de campo do biólogo.

Se quer cumprir os objectivos que o levaram ali, a Camilo Carneiro não bastam os conhecimentos académicos que adquiriu no Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro. Tem também de saber correr. Correr suficientemente rápido para impedir que as crias de maçarico-galego se apercebam da sua presença e intenção de as agarrar (ainda que por alguns minutos) e fujam, tornando-se invisíveis na paisagem. Às vezes, ele é bem-sucedido. Outras nem por isso.

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