Galp anuncia aumentos médios de oito euros no gás

Depois da EDP Comercial, a Goldenergy e a Galp também confirmaram subidas de preços a partir de Outubro.

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A Galp já havia revisto os preços em Abril e em Julho ADRIANO MIRANDA

A Galp revelou esta terça-feira que irá subir os preços do gás natural a partir de 1 de Outubro e que esse aumento “rondará os €8 [oito euros] para o escalão mais representativo de clientes da Galp”.

O novo preço reflecte a subida do “custo de aquisição [do gás] em linha com a evolução do preço deste produto no mercado internacional”, explica.

A petrolífera segue assim o exemplo da EDP Comercial e da Goldnergy, que nos últimos dias anunciaram subidas de preços em Outubro, justificada pela subida das cotações, num contexto de grande volatilidade dos mercados, acentuada pela agressão russa à Ucrânia.

A Galp tem, a seguir à EDP, a segunda maior quota de mercado no segmento doméstico (23,3%), com cerca de 290 mil clientes no final de Março. Não é a primeira vez que sobe os tarifários de gás este ano – em Abril os preços aumentaram em média três euros e, em Julho, agravaram-se em mais 3,60 euros, em média.

De acordo com o boletim que analisa as ofertas comerciais de gás natural em vigor no terceiro trimestre, a Galp ocupa o sétimo lugar no ranking de ofertas mais competitivas do mercado português, em qualquer um dos três perfis de consumo analisados.

À cabeça das ofertas mais competitivas surge a oferta regulada (tarifas fixadas pela ERSE), para a qual o Governo está a aconselhar os consumidores a mudarem (uma vez feita a alteração legislativa que o permita) de forma a protegerem-se dos aumentos anunciados no mercado livre, com destaque para a EDP, que tem 49% do mercado (mais de 600 mil clientes) e anunciou subidas médias de 30 euros.

Nas simulações efectuadas pelo Governo, ao passar para o regulado, uma família de quatro pessoas pode poupar entre 45,2 a 56,44 euros por mês face àquilo que pagaria se tivesse um contrato do mercado liberalizado.

Na declaração divulgada esta terça-feira, a Galp refere ainda que está ciente do “impacto que o actual contexto do mercado está a provocar na factura dos seus clientes” e aproveita para lembrar que os clientes que tenham uma oferta combinada de electricidade e gás natural, “com potências/escalões mais representativos, podem beneficiar, em média, de um desconto mensal de 29 euros (350 euros/ano), consoante o consumo anual de combustível”.

Na Goldenergy, que tem a terceira maior quota no segmento residencial (12,3%) e cerca de 150 mil clientes, os preços irão subir em média seis euros. “Perante o aumento dos custos dos acessos regulados, aprovados pelo Governo para entrarem em vigor a 1 de Outubro”, e considerando a “escalada de preços do gás nos mercados internacionais” que se agravou com a guerra, “a Goldenergy vê como inevitável proceder ao aumento dos preços do gás nos segmentos residencial e pequenos negócios” a partir dessa data.

A empresa do grupo Axpo adianta que “a maioria dos clientes” terá “em média um aumento de 6 euros por mês (com taxas e impostos incluídos)”. Mas considerando o número de clientes em cada escalão e os seus perfis médios de consumo, “o aumento tarifário para este Inverno nas facturas de gás será em média de 10 euros mensais, onde se incluem já taxas e impostos”, acrescenta a empresa.

O novo tarifário da Goldenergy é válido até final do ano e será “revisto de acordo com as alterações que possam surgir no mercado”.

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