US Open: Borges na próxima ronda, Medvedev como se estivesse em casa
Simona Halep eliminada do torneio norte-americano por futura universitária ucraniana.
Defender o título no US Open não é tarefa fácil. No século XXI, apenas Roger Federer logrou fazê-lo no torneio masculino. E mesmo no sector feminino, somente Kim Clijsters e as irmâs Venus e Serena Williams conseguiram repetir a proeza. Este ano, essa possibilidade paira nas mentes de Daniil Medvedev e Emma Raducanu. E, no primeiro dia do US Open, o russo mostrou-se preparado para cumprir esse objectivo.
Como não lhe foi permitido entrar na Grã-Bretanha e competir em Wimbledon devido à sua nacionalidade, Medvedev teve mais tempo para treinar-se no Sul de França em hardcourts e sob condições quentes e húmidas, semelhantes às que os jogadores tiveram que lidar no primeiro dia do US Open. O russo de 26 anos sentiu-se em casa e derrotou, por 6-2, 6-4 e 6-0, o americano Stefan Kozlov (111.º), um dos melhores juniores em 2014 – foi finalista na Austrália e Wimbledon nesse escalão.
Tranquila foi também o início do US Open para Andy Murray, campeão aqui há 10 anos, quando somou o primeiro de três títulos no Grand Slam. Muito se passou desde então – nomeadamente os problemas na anca que o forçaram a uma reforma precoce antes de conseguir regressar –, mas o britânico de 35 anos está de novo a ser acompanhado por Ivan Lendl. E foi com o carismático treinador na bancada que Murray obteve a primeira vitória em três sets em majors desde o torneio de Wimbledon de 2017, diante do argentino Francisco Cerundolo (27.º), embora só ao fim de duas horas e 40 minutos: 7-5, 6-3 e 6-3.
O primeiro resultado mais surpreendente foi provocado pelo americano JJ Wolf (87.º) que obteve a sua primeira vitória sobre um top 20, ao ultrapassar Roberto Bautista-Agut (18.º), com um triplo 6-4. Jeffrey John, de 23 anos, somou 14 ases (de um total de 46 winners) e ganhou 89% dos pontos disputados com o primeiro serviço para vingar a derrota diante do espanhol em Março, em Indian Wells, no tie-break do set decisivo.
Maratona favorável a Borges
Nuno Borges (104.º) venceu pela primeira vez uma ronda num quadro principal de um major ao derrotar, numa longa maratona de quatro horas, o americano Ben Shelton (165.º), por 7-6 (8/6),3-6, 7-6 (7/5), 6-7 (8/10) e 6-3.
O próximo adversário de Borges é Yibing Wu que se tornou, aos 22 anos, no primeiro chinês a vencer um encontro em torneios do Grand Slam desde 1959 – o o primeiro chinês a ganhar no quadro principal do US Open desde 1935 – quando o torneio ainda se chamava US National Championships. Wu (174.º) veio do qualifying e, ao eliminar Nikoloz Basilashvili, por 6-3, 6-4 e 6-0, somou a 14.ª vitória consecutiva em 2022.
Na terça-feira, será a vez de João Sousa (59.º) a entrar em acção, abrindo a jornada no court 7 (16 horas em Portugal), onde vai defrontar o norte-americano Mackenzie McDonald (77.º).
No torneio feminino, houve uma surpresa maior com a eliminação de Simona Halep (7.ª) pela ucraniana Daria Snigur (124.ª). Halep era uma das favoritas, pois ganhou este Verão o Masters 1000 de Toronto e regressou ao top 10. Só que a presença, na quarta-feira (enquanto disputava o qualifying), na exibição de apoio à Ucrânia, “Tennis Plays for Peace”, ao lado de grandes campeões e no mesmo Louis Armstrong Stadium, ajudou a ucraniana de 20 anos a lidar com a importância do momento. E ao mesmo tempo que North Carolina State University anunciava nas redes sociais que ia ser sua aluna nos próximos tempos, Snigur derrotou Halep, por 6-2, 0-6 e 6-4.
Antes, Maria Sakkari (3.ª) vingou a derrota diante de Tatjana Maria (85.ª) na terceira eliminatória de Wimbledon – onde a alemã viria a chegar às meias-finais. Mas a grega teve em desvantagem por 1-4 nos dois primeiros sets, antes de impor-se por 6-4, 3-6 e 6-0.
E Caroline Garcia (17.º) somou a nona vitória consecutiva. A francesa que, há oito dias, triunfou em Cincinnati, precisou de 81 minutos para afastar a russa Kamilla Rakhimova (90.ª), por 6-2, 6-4.