O recordista Usain Bolt fez uma candidatura para tornar marca registada a icónica pose de vitória. A imagem a apontar para o céu é tão facilmente identificável com Bolt tal como o salto é com Michael Jordan.
Varreu as corridas de 100 e 200 metros nos Jogos Olímpicos ─ ainda detém o recorde mundial ─ e ganhou oito medalhas de ouro, agora, no passado dia 17 de Agosto, o jamaicano apresentou um pedido especial ao Instituto Americano de Patentes e Marcas Registadas. “A marca consiste na silhueta de um homem numa pose distintiva, com um braço dobrado a apontar para a cabeça, e o outro braço levantado a apontar para cima”, declara o pedido.
De acordo com o processo submetido, Bolt planeia utilizar a imagem como logótipo numa gama variada de produtos que incluem vestuário, óculos de sol, jóias, sacos, entre outras coisas, e “numa loja de retalho com produtos exclusivos para atletismo”.
“Esta não é a primeira candidatura de Usain Bolt para a sua pose de vitória”, revela o advogado Josh Gerben ao The Washington Post, num e-mail. “Tentou tornar numa marca registada o logótipo em 2009 para uma linha de produtos, mas esse registo foi cancelado em 2017, já que Bolt não apresentou provas de que estava efectivamente a utilizar a marca para vender produtos nos Estados Unidos (o que é um requisito para manter um registo de marca registada)”, explica o responsável.
De acordo com Gerben, o novo pedido mostra “um esforço renovado de Bolt para proteger a sua imagem nos Estados Unidos”, já que o atleta se tem concentrado “mais em empreendimentos comerciais na reforma”.
O velocista de 36 anos reformou-se após o Campeonato do Mundo de 2017, em Londres, terminando em terceiro lugar nos 100 metros, a sua última corrida. Na última prova, parou com uma cãibra no tendão.
“Embora já tenha passado algum tempo desde que Bolt se reformou, é possível que esteja a começar a olhar mais de perto para as oportunidades de negócio”, acredita o advogado. “Assegurar que a sua famosa ‘pose de vitória’ seja protegida com um registo de marca é um passo importante para afirmar o valor da marca Bolt”, conclui.
Quanto ao regresso à competição, Bolt prometeu, quando se reformou, que não voltaria de todo às pistas. “Já vi demasiadas pessoas reformarem-se e voltarem só para se envergonharem”, lembrou então o jamaicano. “Não vou ser uma dessas pessoas.”
Desde então, alimentou a sua paixão pelo futebol ao experimentar jogar para os Central Coast Mariners, uma equipa profissional australiana, mas apenas apareceu em alguns jogos antes de seguir em frente.
Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post
Tradução: Inês Duarte de Freitas