Oscar: a aplicação portuguesa que quer ajudar com os problemas lá de casa

Reparações, limpeza e lavandaria são os principais serviços do projecto português fundado por João Marques no final de 2019. As grandes vantagens são a rapidez e saber de antemão quanto vai pagar.

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O serviço está disponível em Coimbra, Lisboa e Porto Unsplash/Josue Michel

Quando mudou de cidade para um novo trabalho, João Marques não sabia a quem recorrer para tratar de pequenas reparações em casa. Foi então que teve a ideia de criar uma aplicação para resolver o problema através de um clique. Assim nasceu Oscar, a empresa portuguesa que diz seleccionar os melhores técnicos especializados e informa de antemão quanto vai pagar.

A ideia surgiu antes da pandemia, no final de 2019, mas os confinamentos aceleraram o processo. “Criámos mais problemas porque usamos muito mais a nossa casa”, lembra o fundador do projecto, em conversa com o PÚBLICO. Além de surgirem mais avarias, os pequenos problemas tornaram-se praticamente insuportáveis. Se antes, nos cruzávamos com um autoclismo estragado duas vezes por dia, com o teletrabalho tornou-se mais difícil adiar uma reparação, observa.

Além disso, os millennials (nascidos entre 1983 e 1994) e a geração Z (entre 1995 e 2003) já não sabem fazer muitas das tarefas domésticas de emergência, como desentupir um cano. “As pessoas nas cidades cada vez têm menos tempo”, acredita o empresário de 28 anos.

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João Marques, CEO do Oscar DR

Com um crescimento avultado durante o último ano (440%) ─ já registaram perto de 100 mil downloads da aplicação ─ são sobretudo as famílias com filhos a recorrer. A aplicação divide-se em várias categorias com especial destaque para as reparações (ocupam 40% dos pedidos), as limpezas (outros 40%) e a lavandaria. João Marques destaca outros serviços mais peculiares como a tosquia e banho de animais de estimação, em que a empresa vai a casa dos clientes com um spa móvel, ou a lavagem automóvel, na qual não é preciso retirar o carro do local onde está estacionado.

O mote é a facilidade e rapidez, daqui que os serviços não sejam cobrados à hora, mas por tarefa. O preço é definido de antemão e não sofre variações, sendo o pagamento feito directamente na aplicação. Por exemplo, pode mandar limpar um tapete a partir de 27 euros, consoante a dimensão; e uma limpeza doméstica de um T2 ronda os 45 euros. Já reparar o autoclismo custará 40 euros.

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A aplicação do Oscar DR

Todos os produtos e ferramentas estão incluídos no valor, excepto se for preciso trocar uma peça. Para João Marques é essa a grande vantagem de Oscar, quando comparada com outras plataformas semelhantes: todo o serviço fica à responsabilidade da empresa, incluindo eventuais reclamações.

“São empresas e técnicos individuais que prestam serviços na aplicação, são filtrados e seleccionados por nós”, explica. “Vêem como vantagem ter uma aplicação que ajuda a gerir melhor o calendário. E também é vantajoso não ter de lidar directamente com o cliente quando é preciso fazer uma resolução de problemas”, observa o empresário.

Cerca de 20 a 30% do valor de cada serviço fica para a plataforma e o restante montante para o técnico — são cerca de mil inscritos. Quando é feito um pedido, a aplicação avalia vários critérios antes de escolher a pessoa certa para aquela tarefa: “A distância, o número de serviços daquele tipo que já prestou e a classificação média daquele profissional.”

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Internacionalização em vista

Os serviços podem ser solicitados com urgência, em 30 minutos, no caso de reparações, ou agendados, para tarefas como limpezas ou montagens, em Lisboa, Porto ou Coimbra. João Marques começou com um primeiro investidor que injectou 70 mil euros no projecto. Em 2021, a Melom (empresa que detém a Querido Mudei a Casa Obras) fez um segundo investimento, capital que tem sido utilizado para “acelerar o negócio”.

Agora que a aplicação está estabilizada, o engenheiro informático quer acrescentar-lhe novas ferramentas, como um sistema de subscrição que permita pedir serviços de forma regular. No horizonte está igualmente a expansão internacional durante o próximo ano. “Precisamos encontrar uma cidade maior do que Lisboa para perceber como é que vai funcionar”, justifica. “Talvez em Espanha, França ou Inglaterra”, termina, deixando o futuro em aberto.

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