TAP reduz prejuízo para 202 milhões nos primeiros seis meses do ano
Companhia aérea transportou 5,8 milhões de passageiros até Junho. Gastos com pessoal baixaram 7,2% face ao primeiro semestre de 2021.
A TAP apresentou nesta terça-feira as contas do primeiro semestre do ano, revelando ao mercado de que registou um prejuízo de 202,1 milhões de euros entre Janeiro e Junho, uma redução do resultado líquido negativo em 59% em comparação com o valor obtido nos primeiros seis meses do ano passado, 493,1 milhões de euros negativos.
Embora o resultado seja negativo e assim permaneça nos últimos três meses, na segunda parte do período, a que estas contam digam respeito, a companhia aérea “continua a recuperação nos últimos trimestres”, salienta a transportadora aérea nacional na nota de apresentação das contas enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A retoma da actividade aérea, graças à redução da pandemia, permitiu à empresa recuperar receitas, à boleia de um aumento no número de passageiros e das partidas, que, só no segundo trimestre, mais do que duplicou em comparação com o período homólogo. No conjunto do semestre, os rendimentos operacionais alcançados com as passagens foram de 1152,7 milhões de euros, mais 912,4 milhões de euros do que no primeiro semestre de 2021, ainda marcado de forma acentuada pelas restrições pandémicas, em que o valor obtido fora de 240,3 milhões de euros.
Os gastos operacionais (onde se incluem, por exemplo, o combustível para aeronaves, gastos com a manutenção dos aparelhos, custos de tráfego, comerciais ou com pessoal) foram de 1316,8 milhões de euros, mais 556,3 milhões em relação aos primeiros seis meses do ano passado, o que representa uma subida de 73%. Os custos com pessoal baixaram 7,2%, de 202,3 milhões de euros na primeira metade de 2021 para 187,7 milhões em igual período deste ano.
A TAP transportou, entre Janeiro e Junho, 5,8 milhões de passageiros, dos quais 3,7 milhões em Abril, Maio e Junho. No semestre, o número aumentou em 4,5 milhões.
Centrando-se na operação da empresa nos últimos três meses do semestre, a TAP refere que a empresa “está a recuperar da crise”, salientando a melhoria no indicador ASK (uma métrica que mede a capacidade de lugares disponíveis em cada voo por quilómetro), no número de passageiros e no número de partidas, que se aproximarem dos níveis pré-crise de 2019, atingindo 81% e 92% desse valor, respectivamente. O mesmo aconteceu com as receitas, que já “atingiram 99% do seu nível pré-crise no segundo trimestre de 2019”.
Perspectivas “incertas"
A empresa salienta o facto de, neste trimestre, ter aumentado a posição de liquidez para 889,8 milhões de euros, “precavendo o facto de o terceiro trimestre ser sazonalmente o maior consumidor de liquidez”.
No comunicado, a presidente-executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, assume que “o contexto continua difícil”, admitindo que as “perspectivas de procura para o quarto trimestre e próximo ano” se mantêm “incertas”, ainda que o segundo semestre tenha registado “uma procura muito saudável e receitas por passageiro mais elevadas”. Foi essa recuperação que permitiu à TAP “compensar o aumento nos custos”.
Com a injecção de fundos na TAP, que deverá chegar aos 3200 milhões de euros, a empresa terá de continuar a cumprir o plano de reestruturação e isso, diz a CEO, “continua a ser fundamental”.