Palcos da semana
Lisboa projecta o Fuso, Leiria escuta o gótico Extramuralhas, o Crato chama ao seu festival e Lamego anda numa profusão artística, na semana em que também abrem portas as maiores feiras do livro.
Extramuralhas, epicentro do gótico
Circuit des Yeux apresenta -io, Zola Jesus exibe Arkhon e os Zeal & Ardor mostram o novo álbum homónimo. É este trio que encabeça a grande reunião leiriense de sonoridades góticas que é o Extramuralhas – e que não se realizava há dois anos. Por Leiria espalha-se um cartaz com 18 nomes, em que também alinham Je T’Aime, Rein, HMLTD, Kaelan Mikla e A Projection.
Sieben será o único a tocar no castelo, num concerto que marca o regresso do festival ao interior das ameias, depois de as ter galgado em 2018 (daí a mudança do nome do anteriormente conhecido como Entremuralhas) por causa das obras de requalificação do monumento.
Um Fuso, três eixos
Resiliência, esperança, comunidade. É nestes três eixos que assenta a 14.ª edição do Fuso, o festival que, no âmbito do Lisboa na Rua, projecta videoarte em museus e jardins da capital (e, mais tarde, também nos Açores, na manga insular marcada para fins de Outubro, em São Miguel).
Jean-François Chougnet, Lori Zippay, Paul Goodwin, Ana Rito, Benjamin Weil & Leonor Nazaré, Isabel Nogueira são os curadores das sessões onde, no total, poderão ser vistas 38 obras.
Alto Alentejo com sabor a música
A Feira de Artesanato e Gastronomia continua a ser uma atracção – tal como a hospitalidade das gentes e as piscinas ali ao lado – mas há muito que a música ascendeu ao lugar principal e fez do Festival do Crato um rival de outros grandes eventos estivais.
O cartaz deste ano não trai as expectativas e recebe artistas internacionais como Gabriel, o Pensador, Paula Fernandes, Jessie J e The Jesus & Mary Chain, lado a lado com Miguel Araújo, Dino D’Santiago ou Chico da Tina.
Pelos caminhos (artísticos) de Lamego
Em Lamego, o caso é outro. Do Zigurfest espera-se que invada todos os cantos da cidade com as mais diversas – e surpreendentes – manifestações artísticas: dos concertos às performances, instalações, exposições, conversas e oficinas.
“Nesta romaria à antiga, montamos os palcos onde eles couberem, para que a novidade possa espreitar a cada passo”, lê-se no convite da organização, que também manifesta a intenção de mostrar “um interior enérgico e que não quer estar à margem”.
No festival onde “todos são cabeças de cartaz” cabem, por exemplo, a actriz e activista trans Alice Azevedo, a neo-soul do trio Nile Valley, as palavras de Roxana Ionesco, a antipop de Herlander, o músculo rock de Dead Club, as Corpas Soltas da coreógrafa e bailarina Piny e a exploração sonora dos históricos Telectu, que estreiam no festival uma nova formação.
Páginas poéticas e sustentáveis
As Feiras do Livro de Lisboa e do Porto tornam a coincidir no calendário. Ambas vêm recheadas de novidades, lançamentos, promoções, sessões de autógrafos e um sem-número de actividades paralelas. Mas cada uma tem o seu tom.
A da Invicta elege a poesia como mote e homenageia Ana Luísa Amaral, que morreu no início deste mês e ainda contribuiu activamente para o planeamento da feira. A da capital anuncia a sua 92.ª edição como a maior de sempre, faz da Ucrânia o país convidado e leva às bancas o reforço da aposta na sustentabilidade.