Fogo em Ourém já está em fase de resolução

CDOS de Santarém previu na noite de sexta-feira uma redução da intensidade do vento, mas manutenção de condições meteorológicas desfavoráveis. Mantêm-se no terreno quase 700 operacionais, 212 veículos e sete meios áereos.

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Pelo menos 50 pessoas foram retiradas de casa por precaução EPA/PAULO CUNHA
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O incêndio que lavra no concelho de Ourém já está em fase de resolução, confirmou este sábado fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém, adiantando que o dispositivo vai continuar no local face a possíveis reactivações.

Em declarações à Lusa, Jorge Gama, comandante dos bombeiros de Vila Nova da Barquinha ao serviço no CDOS de Santarém, explicou que este incêndio “está em resolução desde as 9h45”, concentrando ainda no perímetro 699 operacionais, 212 veículos e sete meios aéreos.

“Mantém-se o dispositivo todo no local. Estamos com atenção aos pontos quentes e esperamos que não haja reactivações, que é uma preocupação”, referiu o responsável, alertando: “O rescaldo vai ser demorado. Com o aumento da temperatura e o vento, a humidade vai baixar bastante e pode haver alguma reactivação”.

De acordo com a mesma fonte, nas últimas horas já não houve mais retiradas de pessoas das respectivas habitações ou necessidade de assistência médica a cidadãos. O presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque, tinha adiantado sexta-feira que pelo menos 50 pessoas tinham sido retiradas de casa, por precaução, devido ao incêndio.

O comandante distrital de operações da Protecção Civil de Ourém, David Lobato, também afirmou esta manhã à SIC Notícias que as “preocupações” com possíveis reactivações, devido à subida da temperatura e do vento ao longo do dia, vão levar a “manter o mesmo dispositivo pelo menos hoje o dia todo e possivelmente amanhã”. O responsável assumiu a expectativa de uma “tarde de muito trabalho”.

Na sexta-feira, pelas 18h30, o fogo obrigou ao corte da circulação ferroviária na Linha do Norte, de acordo com fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém. A linha foi reactivada durante a madrugada, às 1h20. Um vídeo gravado por um passageiro mostra as chamas muito próximas dos caminhos-de-ferro, momentos antes do corte da circulação.

Um aviário foi destruído por este fogo, provocando um prejuízo de cerca de um milhão de euros, disse à Lusa fonte da empresa situada em Resouro, na freguesia de Urqueira.

Pelo menos 50 pessoas foram retiradas de casa, por precaução, devido ao incêndio, disse à Lusa o presidente Câmara de Ourém, Luís Albuquerque.

A tarde de sexta-feira também ficou marcada por um acidente entre um veículo dos bombeiros, que combatia este incêndio, e um automóvel, tendo provocado três feridos ligeiros, ocupantes da viatura particular, que foram assistidos no Hospital de Leiria.

Em todo o país, pelas 8h, mantinham-se no terreno em acções de rescaldo e consolidação ou em fogos já dados como extintos, 820 bombeiros e 252 viaturas, num total de 20 ocorrências, de acordo com o site da ANEPC.

O fogo que deflagrou em 6 de Agosto no concelho da Covilhã e atingiu a serra da Estrela, estendendo-se ao distrito da Guarda, nos municípios de Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira, e atingiu ainda o concelho de Belmonte, no distrito de Castelo Branco, já dado como dominado, mobilizava ainda, pelas 5h, 560 operacionais e 190 viaturas.

O ministro da Administração Interna anunciou, na sexta-feira, que o território continental vai estar em situação de alerta entre 21 e 23 de Agosto devido ao risco de incêndios.

José Luís Carneiro explicou também que a determinação da situação de alerta durante este período pressupõe “especiais limitações quanto ao uso do fogo, ao uso de máquinas e ao uso de trabalhos agrícolas, bem como no que diz respeito ao acesso aos espaços florestais”, sublinhando que a utilização do fogo é apontada como causa em 54% das ocorrências, aos quais se juntam outros 10% de causas diversas.

Notícia actualizada às 11h25 com a passagem do fogo para fase de resolução.