Delegação bipartidária do Congresso dos EUA chega a Taiwan para uma visita de dois dias

O senador Ed Markey, que chefia a delegação, vai encontrar-se esta segunda-feira com a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen. China diz que os EUA voltam a demonstrar que não querem a estabilidade na região.

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O senator Ed Markey recebido pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Alexander Tah-ray Yui TAIWAN MINISTRY OF FOREIGN AFFAIRS/Reuters

Uma delegação bipartidária de parlamentares dos Estados Unidos chegou este domingo a Taiwan para uma visita de dois dias em que manterão contactos de alto nível com autoridades taiwanesas, nomeadamente a Presidente, Tsai Ing-wen.

Esta é a segunda delegação de alto nível do Congresso norte-americano a visitar a ilha, depois de uma delegação liderada por Nancy Pelosi ter feito aumentar a tensão militar na região no princípio de Agosto, levando o Governo chinês a reagir com os maiores exercícios militares da sua história em relação a Taiwan.

Washington é um dos principais aliados de Taipé, mesmo não tendo os dois países relações diplomáticas, para os EUA poderem cumprir a exigência de Pequim de que há “uma só China”. Mas, mesmo não defendendo a independência de Taiwan, os norte-americanos têm mantido uma política de “ambiguidade estratégica” em relação à ilha que a China considera como seu território.

A representação dos EUA em Taipé informou que a delegação é liderada pelo senador Ed Markey, presidente da subcomissão da Ásia Oriental, Pacífico e Cibersegurança Internacional do Senado, acompanhado por quatro congressistas do Partido Democrático e do Partido Republicano, e visita Taiwan no âmbito de uma viagem à região do Indo-Pacífico. A delegação começou pela Coreia do Sul, onde Markey foi recebido pelo Presidente Yoon Suk-yeol.

Segundo o gabinete presidencial taiwanês, Tsai Ing-wen tem previsto receber os parlamentares norte-americanos na manhã de segunda-feira.

“Especialmente numa altura em que a China aumenta a tensão no Estreito de Taiwan e na região com exercícios militares, a delegação liderada por Markey visita Taiwan mais uma vez para demonstrar o firme apoio do Congresso dos Estados Unidos a Taiwan”, afirmou o congresso em comunicado citado pela Reuters.

Ao contrário da resposta à viagem de Nancy Pelosi, terceira figura na hierarquia do Estado e a mais importante política eleita dos EUA a visitar Taiwan num quarto de século, Pequim foi comedida na resposta a esta nova delegação do Congresso norte-americano.

A embaixada da China em Washington limitou-se a dizer este domingo que os “membros do Congresso dos EUA devem agir em consistência com a política de uma só China do Governo dos EUA”. Para o executivo chinês, esta visita “volta a provar que os EUA não querem ver estabilidade no Estreito de Taiwan” e que “não se poupam nos esforços para incitar o confronto entre os dois lados e interferir nos assuntos internos da China”.

No Twitter, o senador Ed Markey escreveu que a visita da delegação pretende “reafirmar o apoio dos EUA a Taiwan e encorajar a estabilidade e a paz no Estreito de Taiwan”.

Markey e os congressistas Alan Lowenthal, Don Beyer, Aumua Amata e John Garamendi vão encontrar-se com “líderes eleitos e membros do sector privado para discutir interesses comuns, incluindo a redução das tensões no Estreito de Taiwan e a expansão da cooperação económica, incluindo os investimentos em semicondutores”, disse à Reuters o gabinete do senador.

Apesar de a China ter dado por concluídos os exercícios militares em redor de Taiwan, a verdade é que durante este domingo, 11 aviões militares chineses cruzaram a linha que divide as águas da China e de Taiwan no estreito ou entraram mesmo na zona de defesa aérea de Taipé, de acordo com o Ministério da Defesa de Taiwan. Isto depois de no sábado, terem sido 13 os aviões militares chineses a cruzarem o estreito.