Oceanos
Teresa Silva estuda o krill há 15 anos e concluiu que o pequeno crustáceo está em declínio no mar Atlântico
A bióloga marinha Teresa Silva partiu para a Islândia em 2007, pensando que ia apenas por alguns meses, arranjar dinheiro para fazer o mestrado em Portugal. Nunca mais regressou e dedicou os últimos 15 anos às espécies marinhas, sobretudo ao krill, a base da cadeira alimentar dos oceanos.
Em Portugal, Teresa Silva tirou o curso no Instituto Politécnico de Leiria e quando fez o estágio no Instituto de Investigação das Pescas e do Mar, em Matosinhos, foi já sobre um crustáceo: o camarão da costa. “Gosto de camarão e crustáceos, sempre gostei de trabalhar com eles. São diferentes”, diz, para logo exemplificar, entusiasmada: “O krill, quando não tem comida suficiente, consegue diminuir de tamanho, para poupar energia.”
A ida para a Islândia foi quase uma coincidência. Tinha familiares a trabalhar no país, incluindo o pai, o que a incentivou a partir também, durante o que pensava ser apenas uma temporada. “Vim em 2007, no intuito de ficar uns meses, ganhar algum dinheiro e voltar para Portugal, para tirar o mestrado”, recorda. Arranjou emprego numa fábrica de peixe, mas pouco depois foi convidada para ir trabalhar para o instituto a menos de 20 quilómetros a sul da capital. Chegou ali em 2008, como analista de zooplâncton, passou o mestrado à frente e fez directamente o doutoramento, em Ecologia do Krill na Islândia. Hoje é uma das investigadoras do centro que ocupa aquele que é o maior edifício em madeira da Islândia, inaugurado em 2019. E o trabalho expandiu-se muito para além do estudo do pequeno crustáceo que, confessa, continua a ser a sua “paixãozinha”.
Este trabalho integra um conjunto de reportagens realizadas com o apoio das EEA Grants.