Onda de violência em Ciudad Juárez: nove mortos, decapitações, tiroteios, incêndios e motins

Vários grupos armados, alegadamente ligados ao narcotráfico, levaram a cabo múltiplos ataques, em poucas horas, em diferentes pontos da cidade mexicana que faz fronteira com os EUA. Tudo terá começado com uma rixa entre gangues numa prisão.

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Autoridades municipais e estaduais garantem que "a ordem e a paz serão restabelecidas" Reuters/JOSE LUIS GONZALEZ
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Protestos junto à prisão estadual, onde teve lugar uma luta entre gangues rivais EPA/Luis Torres
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Vidro de um veículo cravejado de balas EPA/Luis Torres
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Uma das lojas da Ciudade Juarez que foi incendiada por grupos armados Reuters/JOSE LUIS GONZALEZ

Ciudad Juárez, no México, viveu nas últimas horas momentos de verdadeiro terror, com vários episódios de violência extrema registados em diferentes zonas da cidade, e um balanço, ainda provisório, de pelo menos nove mortos, que incluem quatro funcionários de uma estação de rádio e três presos.

Estas mortes confirmadas elevam para 49 o número total de óbitos ocorridos no mês de Agosto naquela cidade do estado de Chihuahua, localizada no Norte do país, junto à fronteira com El Paso, no estado norte-americano do Texas.

Segundo a imprensa mexicana, foram identificados múltiplos ataques, levados a cabo entre o final da tarde e a noite de quinta-feira, que terão sido protagonizados por grupos do crime organizado ligados ao narcotráfico.

As autoridades ainda não conseguiram, no entanto, estabelecer uma ligação directa entre os vários crimes.

O jornal local El Diario relata que tudo terá começado com uma rixa entre elementos de gangues rivais na prisão estadual, que provocou três mortes.

Algumas horas depois, diferentes grupos de homens armados dispararam tiros e atiraram cocktails Molotov na direcção de diversas lojas de conveniência pertencentes às mesmas cadeias de restauração, como a Rapiditos Bip-Bip, a OXXO, a Del Río ou a CircleK.

O incêndio deflagrado pelo ataque a um desses estabelecimentos provocou a morte de duas mulheres, incluindo uma funcionária, que perdeu os sentidos devido à inalação de fumo, ficando presa dentro da loja.

Foram também incendiados alguns postos de combustível e um autocarro que transportava funcionárias de uma fábrica.

Outro dos ataques teve lugar à porta de uma pizzaria. Os atacantes mataram quatro pessoas: o locutor de rádio Alan González e três colegas seus.

As horas de terror em Ciudad Juárez também incluíram a revelação de que tinham sido encontrados num terreno abandonado restos de um corpo, nomeadamente uma cabeça. “É a segunda extremidade cefálica encontrada em menos de 24 horas”, informou o El Diario.

Através do Twitter, Cruz Pérez Cuéllar, presidente da câmara da cidade, garantiu que “a polícia municipal está nas ruas a trabalhar e a dar tudo para restabelecer a ordem desde que começaram estes ataques cobardes” e pediu à população para dedicar um “pensamento” a cada um dos que “perderam tristemente a vida”.

Na mesma rede social, Maru Campos, governadora do estado de Chihuahua, também lamentou a “perda de vidas humanas neste evento tão atroz” e assegurou que “toda a força estadual, em conjunto com as autoridades federais e municipais” foi mobilizada para a cidade. “Os juarenses não estão sozinhos”, afiançou.

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