Duas semanas noutra cidade — sem streaming (IV)

Nasceu uma estrela. Apareceu um tubarão em águas francesas. Uma montadora de som está dessincronizada (e nós, extáticos). Denis Ménochet, L’Année du Requin, Tres.

Foto
Denis Ménochet e Marina Fois como o casal da cidade que vai viver para o campo em As Bestas, de Rodrigo Sorogoyen

Sobre a envergadura de Denis Ménochet, o retrato do Le Monde de há semanas dá indicações acertadas, começando pelos seus olhos verdes acinzentados algo descaídos que, mesmo em personagens diferentes, mantêm a capacidade de inundar o espectador com o cheiro de ameaça. Carrasco ou vítima, este senhor, pergunta o diário francês? E porque não as duas coisas ao mesmo tempo e no mesmo filme, perguntamos nós? Isto é, e para exemplificar a alternativa, façamos deste modo: não separemos o camponês ameaçado pelo nazi, nas sequências iniciais de Inglorious Bastards, de Quentin Tarantino (2009) — casting que caiu do céu a Ménochet e que ele ganhou numa cozinha da Rue de Rivoli, em Paris —, do pai violento de Jusqu’à la Garde (Xavier Legrand, 2017), filme que fez o espectador murmurar “cuidado com ele!”.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.