Revés para o centro-esquerda de Itália com afastamento de partido centrista de aliança

Um dos partidos que tinha acordado uma aliança com o Partido Democrático, o Acção, anunciou que vai abandonar a coligação.

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Carlo Calenda diz que a decisão de retirar o partido da aliança foi "a mais dolorosa" que tomou na vida CLAUDIO PERI/EPA

O líder do partido centrista italiano Acção disse neste domingo que vai sair da aliança que formou, na semana passada, com o Partido Democrático (PD), a principal força do centro-esquerda, deixando a coligação com ainda menos hipóteses nas próximas eleições de 25 de Setembro.

A aliança entre Esquerda Italiana (Si) e a Europa Verde (EV), unidas já na lista Novas Energias, e o partido centrista Empenho Cívico tinham concordado no dia anterior juntar-se ao bloco liderado pelo PD, uma acção que foi vista como um fortalecimento de um centro-esquerda que está já a partir em desvantagem em relação aos rivais conservadores.

A aliança conservadora que junta os Irmãos de Itália de Giorgia Meloni, a Liga de Matteo Salvini e o Força Itália de Silvio Berlusconi está à frente nas sondagens, com o partido de extrema-direita de Meloni a ser o que recolhe maior preferência dos eleitores. A lei italiana favorece partidos que formem alianças alargadas.

O líder do partido Acção, Carlo Calenda, disse que avisara os líderes do PD que saíria do acordo se fossem incluídos partidos que, por exemplo, não tivessem votado a favor de medidas propostas pelo Governo do primeiro-ministro Mario Draghi.

As eleições em Itália foram antecipadas para Setembro depois da queda do Governo Draghi no mês passado, na sequência da retirada de apoio dos três partidos parceiros num voto de confiança, precipitando o seu fim. Draghi demitiu-se, mantendo-se ainda primeiro-ministro em exercício.

“Esta foi a decisão mais dolorosa da minha vida”, declarou Calenda à televisão pública Rai 3.

O líder do PD, Enrico Letta, respondeu no Twitter: “Ouvi Carlo Calenda. De tudo o que disse, parece-me que o único aliado possível para Calenda é [o próprio] Calenda”, declarou.