PCP apela a Moscovo e a “todos os outros intervenientes” que iniciem “negociação” para uma “solução política”

Comunistas apelam também aos jovens portugueses para intensificarem luta pela paz e criticam a forma como a política externa nacional tem sido conduzida.

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Fotografia da comemoração do 101.º aniversário do PCP Nuno Ferreira Santos

O PCP apelou esta sexta-feira à juventude portuguesa para intensificar a luta pela paz e criticou a política externa dos sucessivos governos PS, PSD e CDS-PP que “está a envolver perigosamente” o país na “estratégia militarista agressiva” de Washington.

Em comunicado, o dirigente comunista Rui Fernandes evocou “o horror nuclear” de 6 e 9 de Agosto de 1945, nas cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui, “no momento em que o imperialismo fomenta a tensão nas relações internacionais, com expressão na escalada da guerra”.

“Ao evocar Hiroxima e Nagasáqui, o PCP apela ao povo português, e particularmente à juventude, para que intensifique a luta pela paz e o desarmamento, desde logo para que os EUA [Estados Unidos da América, a NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte, da qual Portugal faz parte] e a UE [União Europeia] ponham fim à sua estratégia de confrontação e cessem de instigar a guerra na Ucrânia”, acrescentou o membro da comissão política do Comité Central comunista.

O PCP também apela a Moscovo e a “todos os outros intervenientes para que se encete com urgência o caminho da negociação”, no sentido de chegar a uma “solução política” para o conflito que eclodiu em 24 de Fevereiro, na sequência da invasão russa à Ucrânia.

O partido também teceu críticas à política externa “de sucessivos governos” socialistas, sociais-democratas e centristas, que “tem comprometido a soberania e independência nacionais e está a envolver perigosamente” o país naquela que o PCP diz ser a “estratégia militarista agressiva do imperialismo”, atribuída a Washington.

Na óptica da direcção comunista, Portugal devia primar pelo desarmamento generalizado – “incluindo a abolição das armas nucleares e demais armas de destruição em massa –, pela dissolução dos blocos político-militares e por uma “política da paz”, expressão utilizada pelo PCP desde o início da guerra para se posicionar face ao conflito na Ucrânia.

E acrescenta: “É particularmente significativo que o Governo português continue a recusar subscrever o Tratado sobre a proibição de armas nucleares”.

“Veja-se como a instigação da guerra e a deriva de sanções impostas pelos EUA, a UE e a NATO arrastam o mundo para uma ainda mais grave situação económica e social, com a desenfreada especulação, o vertiginoso aumento dos preços da energia, dos alimentos e de outros bens de primeira necessidade, o ataque às condições de vida e o agravamento da pobreza”, argumentou Rui Fernandes.

Perante a “complexa e perigosa situação internacional” que o mundo vive, “é necessário e urgente dar mais força à luta pela paz o desarmamento”, apelou mais uma vez o dirigente comunista.