Marcelo: É preciso investigar “até ao fim” abusos sexuais sobre menores por padres
Presidente da República defende que “é preciso levar a investigação até ao fim, demore o tempo que demorar, independentemente do número de casos que houver e daí retirarem as ilações”.
O Presidente da República defendeu esta quinta-feira que não há nada mais importante do que o apuramento da verdade, apontando a necessidade de se levarem até ao fim as investigações relacionadas com abusos sexuais sobre menores por padres.
“É preciso levar a investigação até ao fim, demore o tempo que demorar, independentemente do número de casos que houver e daí retirarem as ilações. Acho que a comunidade portuguesa e as várias instituições, no caso também da Igreja Católica, devem retirar as conclusões desse procedimento do passado”, apontou Marcelo Rebelo de Sousa.
No final da cerimónia de inauguração da 630.ª edição da Feira de São Mateus, que vai decorrer na cidade de Viseu até 21 de Setembro, o Presidente da República sublinhou aos jornalistas que não há nada mais importante para as instituições do que o apuramento da verdade.
“O que mata as instituições é o medo de apurar a verdade e vão apodrecendo. A capacidade de descobrir, denunciar, punir é uma capacidade de instituições vivas e de um Estado de direito vivo”, referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou ainda que, como acontece sempre em actividades que se consideram que possam vir a ser criminosas, ou foram criminosas, devem ser investigadas.
“Devem ser investigadas pela Comissão, chegando à Comissão, devem ser investigadas pelo Ministério Público, isto é, pelas autoridades judiciais para procederem em conformidade. É assim num Estado de direito, é assim que deve ser”, concluiu.
De acordo com uma notícia publicada pelo jornal Expresso, o bispo da Guarda, Manuel Felício, e o bispo emérito de Setúbal, Gilberto Reis, são suspeitos de encobrimento, havendo também outros casos.
“Há pelo menos mais dois bispos que, além de Manuel Clemente, terão tido conhecimento de queixas de abusos por parte de padres e que não comunicaram essas suspeitas quer à Polícia Judiciária quer ao Ministério Público, as autoridades civis com competência para investigar este tipo de crimes”, informou o semanário.