Entrega do Museu de Aveiro à autarquia trouxe mais visitantes e maior visibilidade

Foi há sete anos que a autarquia recebeu a competência de gerir a unidade museológica até então entregue à Direcção Regional de Cultura do Centro. Governo e município fazem um balanço positivo.

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Museu de Santa joana Andre Rodrigues

Comparando a realidade vivida até 30 de Julho de 2015, altura em que Câmara Municipal de Aveiro assumiu a gestão do Museu de Santa Joana, com os dados confirmados até ao final do primeiro semestre deste ano, o balanço é, segundo a autarquia, claramente positivo. Houve uma quase duplicação do número de visitantes (média anual), quadruplicou o número de exposições, alcançou-se a informatização total do inventário museológico e também uma melhor divulgação e promoção da unidade museológica que passou a chamar-se Museu de Aveiro/Santa Joana. A avaliação foi apresentada pelo presidente da edilidade aveirense, José Ribau Esteves, no dia em que foi assinado o auto de efectivação da transferência de competência daquele museu.

Estes sete anos de gestão municipal trouxeram ainda, de acordo com o edil, maior agilidade e ganhos de tempo na gestão dos processos e decisões, incorporação (aquisição e doação) de novos bens culturais e bens arqueológicos, e maior investimento na conservação e restauro da colecção. Destaque também para o aumento da dinâmica e oferta cultural do museu, que deverá este ano registar o melhor ano de sempre em termos de visitantes. De 2015 até 2019, registou-se um crescimento constante em torno dos 50.000 visitantes por ano, que culminou nos 60.340, em 2019. Nos anos da pandemia (2020 e 2021) houve um decréscimo substancial, embora 2021 tenha conseguido superar o valor de 2015, destaca a autarquia.

Dados que levaram os ministros da Cultura e da Coesão Social a considerar o Museu de Aveiro/Santa Joana um exemplo de sucesso no processo de descentralização - Pedro Adão e Silva e Ana Abrunhosa estiveram, esta segunda-feira, em Aveiro a rubricar o auto de efectivação da transferência de competência. “É fundamental que olhemos a política cultural não como o resultado de uma mera vontade determinada a partir de cima, mas como a capacidade de dar sustentabilidade e institucionalizar o trabalho que os municípios e a sociedade civil fazem um pouco por todo o país”, sustentou o titular da pasta da cultura.

No entender do autarca aveirense, os ganhos conquistados com a gestão municipal da unidade museológica outrora entregue à Direcção Regional de Cultura do Centro devem ajudar a desfazer os “preconceitos” existentes no nosso país relativamente à descentralização. “Descentralizar não é despromover nada”, vincou Ribau Esteves, lembrando as vozes críticas que, em 2015, consideravam que a entrega do museu de Aveiro à câmara era uma despromoção. “Não é por uma entidade como esta ser gerida por um ministro, um secretário de estado ou um director regional que ela é mais ou menos importante. O que é mesmo importante é que a competência esteja nas mãos do gestor do Estado que é mais indicado para gerir essa mesma matéria”, sustentou o líder do município que, conforme sublinhou a ministra Ana Abrunhosa, já aceitou receber competências em 18 das 22 áreas que o governo prevê descentralizar.

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