Palcos da semana
Chaves com música na estrada, Porto entre pianos, Lisboa com Jazz em Agosto, Melgaço a ver documentários e Lagos num drive-in.
Festival à estrada
Com dois Iberian Festival Awards recém-arrecadados, volta a soar no quilómetro zero da estrada N2 o festival lhe pede emprestado o nome e o espírito. Se a icónica rota liga o país de Norte a Sul, o Festival N2 atravessa-o nas suas mais diversas sonoridades, com um cartaz quase totalmente luso.
Ao palco de Chaves sobem, na quinta-feira, Inês Homem de Melo, Márcia, Jorge Palma e Bateu Matou; na sexta, os galegos (e excepção à regra) Eladio y Los Seres Queridos, Rita Vian, HMB e Basilda; e, no sábado, Dela Marmy, Sean Riley & The Slowriders, The Legendary Tigerman e Filipe Karlsson.
Teclas de festa
Da Casa da Música ao Palácio da Bolsa, passando pela Reitoria, pelo WOW - World of Wine e dando um salto a Famalicão, o Porto PianoFest está nas últimas afinações para a sua sétima edição, pronto a retomar “o seu formato original e inteiramente presencial”, faz saber a organização, e também a cumprir o propósito de “aproximar a música clássica dos novos públicos”, se bem que não se restrinja a ela.
No cartaz sobressaem as fusões da brasileira Clarice Assad, que se apresenta na liderança de um trio, e o espanhol Josu de Solaun, que no ano passado ganhou um prestigiado International Classical Music Award – ambos em estreia em Portugal. José Ramón Méndez, Jean Saulnier, Òscar Colomina i Bosch, Joonghun Cho, Catherine Ma, Anna (Man-Kiu) Tse, Jinhua Li, Chungho Lee são outras presenças garantidas.
Jazz em trânsito criativo
O 38.º Jazz em Agosto prossegue com uma semana em cheio, depois da abertura de sábado, com Irreversible Entanglements, a dar o tom a um programa habitado por músicos de Chicago e Nova Iorque, em harmonia com “o mais criativo jazz produzido em Lisboa” e uma visita à cena londrina.
Até ao encerramento, protagonizado pelo ecléctico, profícuo e vanguardista compositor e multi-instrumentista John Zorn (um habitué do festival), actuam nomes como Ahmed, Ava Mendoza, Chris Corsano, Damon Locks, Moor Mother, Nate Wooley, Rob Mazurek, Turquoise Dream ou João Lencastre’s Communion.
Documentar e analisar
O MDoc - Festival Internacional de Documentário de Melgaço chega à oitava edição com “um olhar transversal e intercontinental sobre as questões de identidade, memória e fronteira”. Há uma dúzia de países representados nos 32 filmes que compõem a selecção oficial.
A este número juntam-se iniciativas paralelas como formações, uma competição de cartazes ou exposições, bem como uma novidade chamada X-Ray Doc. Nesta secção, coordenada por Jorge Campos, a ideia é analisar ao detalhe “um filme marcante na história do documentário” – neste caso, Cabra Marcado para Morrer, de Eduardo Coutinho, descrito por Campos como um “extraordinário mosaico do Brasil a partir dos mais pobres”.
Nostalgia e novidades
No Algarve, o chamamento cinéfilo vem do Drive-In Lagos. Nascido durante a pandemia, para contornar o impedimento de ir às salas de cinema, o evento veio para ficar, dado o sucesso gerado pelo seu enquadramento nostálgico, aliado a uma escolha de filmes apontada a produções recentes.
Nesta terceira edição, a selecção recai sobre Casa Gucci, thriller dramático de Ridley Scott protagonizado por Lady Gaga; O Peso Insuportável de um Enorme Talento, comédia de acção de Tom Gormican com Nicolas Cage em modo auto-satírico; Elvis, biopic musical de Baz Luhrmann em que Austin Butler encarna o “rei”; e, para os mais pequenos e famílias, a animação Bigfoot em Família, sequela de Bigfoot Júnior realizada pela mesma dupla, Ben Stassen e Jeremy Degruson.