Biografia que vilipendia Meghan Markle desacreditada pelas fontes apresentadas
No livro Revenge, Tom Bower põe várias fontes a tecer duras acusações a Meghan Markle. Mas, afinal, o que Bower escreveu não terá sido o que lhe foi dito.
Quando o biógrafo Tom Bower começou a dar entrevistas para apresentar o seu novo livro, Revenge, que incide sobre os duques de Sussex, mas sobretudo em Meghan Markle, não se preocupou em esconder a intenção da obra. Numa conversa com o jornalista Piers Morgan, conhecido pela sua contenda com a duquesa, disse que é uma forma de “apressar uma tendência de declínio” da dupla que, considera, “representa uma verdadeira ameaça para a família real”. Agora, começa a vir a lume o quão longe Bower terá ido para cumprir a sua missão, com várias fontes citadas a desacreditarem a leitura.
É o caso do pai de Meghan, Thomas Markle, com quem a antiga actriz tem uma relação difícil. Em Revenge, Tom Bower conta que o norte-americano planeara visitar o Reino Unido por ocasião das celebrações do Jubileu de Platina da rainha Isabel II para ver a sua filha e o príncipe Harry. Uma alegação que o próprio desmentiu prontamente.
O livro também cita Kristen Meinzer, que é co-apresentadora do podcast The Royal Report da Newsweek: “'Ninguém’, concordou Kristen Meinzer, uma amiga e escritora, ‘poderia ter sido preparada para o nível de racismo e misoginia e maldade que ela enfrentou’. Ele/ela, como Meinzer se descreve, culpou a ‘família consanguínea, confusa e disfuncional’ que se defrontou com um ‘milionário extremamente educado que sabia como fazer o jogo de relações públicas'”.
Problema: a própria Meinzer veio a público dizer que, por um lado, não é amiga de Meghan e que, por outro, não usa os pronomes ele e ela. “Se nem sequer consegue acertar simples factos como estes, como podemos confiar em tudo o que ele diz sobre os Sussexes?”
Além disso, apesar de parecer que Bower falou com Meinzer, as frases recolhidas fazem parte de uma entrevista que a autora deu ao The Times of London, antes da entrevista de Markle e do príncipe Harry a Oprah, em Março de 2021.
Já Sam Kashner, da Vanity Fair, queixou-se ao The Times de Bower ter distorcido as suas palavras. Em Revenge, lê-se que Kashner “se sentira manipulado” pela duquesa, mas o autor negou, frisando lamentar o facto de “Tom Bower não ter transmitido a minha admiração e respeito por Meghan Markle no excerto do seu novo livro”.
“Achei a sra. Markle excepcionalmente calorosa e graciosa e admirei a sua inteligência e a sua notável coragem, como eu admiro. Uma felicitação tardia ao príncipe Harry por ter escolhido uma mulher tão extraordinária como sua mulher. É claramente uma união amorosa, por isso talvez devêssemos parar e deixar o casal viver a sua vida em paz”, escreveu Kashner.
De acordo com um levantamento feito pela Newsweek, outras passagens do livro também provocam dúvidas. É o caso de quando Bower escreve que a rainha Isabel II disse às suas assistentes “graças a Deus que Meghan não vem” antes do funeral do príncipe Filipe. Um desabafo muito “improvável”, segundo o Palácio de Buckingham. Ou como quando sugere que Camila brincou com a ideia de que os filhos de Harry e Meghan, então ainda por nascer, poderiam ter cabelo “ruivo afro”. Uma fonte da realeza disse à revista que tal era “um disparate”.