Volume de negócios da Sonae aumentou 7,9% no primeiro semestre
Resultado líquido, registado em novo período “desafiante”, ascendeu a 118 milhões de euros, com crescimento dos negócios e gestão do portefólio.
As condições de desenvolvimento dos negócios da Sonae no primeiro semestre de 2022 melhoraram face a igual período do ano passado, período muito afectado pela pandemia de covid-19, o que ajuda a explicar a evolução dos principais indicadores: o volume de negócios consolidado cresceu 7,9%, para 3,4 mil milhões de euros, com todas as empresas a registarem crescimento das vendas, o EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subjacente aumentou 5,2%, para 259 milhões de euros, e o EBITDA total cresceu 10,6%, para 319 milhões de euros.
Mas, apesar da melhoria em termos do impacto da pandemia, a presidente executiva do grupo, Cláudia Azevedo, destaca outros desafios que marcaram o período. “Durante o primeiro semestre de 2022, enquanto nos preparávamos para um mundo pós-pandemia, enfrentámos novamente uma realidade totalmente nova e desafiante, desta vez caracterizada por fortes disrupções nas cadeias de abastecimento, por uma escalada dos custos de energia e por níveis crescentes de inflação e de taxas de juro”, escreve a CEO da Sonae SGPS (proprietária do PÚBLICO), na mensagem que acompanha o comunicado de apresentação de contas, divulgado esta quinta-feira.
E o novo contexto, intensificado com a guerra na Ucrânia, teve impactos “na redução da confiança dos consumidores” ou ainda na “forte pressão sobre as estruturas de custos”.
Ainda assim, o resultado líquido atribuível a accionistas aumentou 89%, para 118 milhões de euros, traduzindo o crescimento dos negócios, e a comparação face ao período marcado pela pandemia.
De acordo com a informação divulgada ao mercado relativa ao segundo trimestre, comparativamente ao mesmo período de 2021, o volume de negócios consolidado aumentou 10,7%, para 1,8 mil milhões de euros, com contributo positivo da MC (retalho alimentar), e o EBITDA subjacente consolidado aumentou 1,8%, para 139 milhões de euros, mas com uma queda em 0,5 pontos percentuais na margem EBITDA.
“A evolução positiva dos negócios consolidados integralmente, com a melhoria no desempenho dos negócios consolidados pelo método de equivalência patrimonial e as mais-valias da actividade de gestão de portefólio da Bright Pixel, conduziram a um resultado directo de 63 milhões de euro no segundo trimestre, mais 13,6% em termos homólogos”, lê-se no comunicado, acrescentando que o resultado indirecto foi de 30 milhões no período, “bem acima dos valores do ano passado, suportado pelos dividendos recebidos pela participação directa na Nos, pela valorização das propriedades de investimento na Sierra e pela reavaliação do portefólio da Bright Pixel”.
Globalmente, o resultado líquido (atribuível a accionistas) melhorou entre Abril e Junho para 76 milhões de euros.
Entre os maiores contributos para os resultados consolidados do último trimestre esteve a MC (distribuição), que viu o volume de negócios crescer 11,4% em termos homólogos, o que ajudou ao crescimento do conjunto dos seis meses de 7,6%, para 2,7 mil milhões de euros. O EBITDA subjacente totalizou 242 milhões de euros, com uma margem de 9%.
A Worten “acelerou” 5,9% no segundo trimestre, ajudando às vendas de 521 milhões no semestre. A Bright Pixel continuou a sua actividade de gestão de portefólio, com o valor dos negócios (NAV) a atingir 416,5 milhões de euros, mais 10,1% numa base trimestral e mais 5,4% face ao final do ano de 2021, ou ainda, entre outros, ao crescimento de 71% da ISRG (artigos de desporto).
No final do de Junho, a Sonae refere que detinha 1020 milhões de euros de liquidez disponível (caixa e linhas de crédito disponíveis), mantendo um baixo custo de financiamento (menos de 1%) e um perfil de maturidade da dívida superior a quatro anos. E a dívida líquida diminuiu quase 400 milhões de euros, reforçando a sólida estrutura de capitais.