Tunisinos votam em referendo que ameaça enterrar de vez a Primavera Árabe

Se a nova Constituição entrar em vigor, o Presidente não poderá ser destituído. Sondagens indicam que a participação no referendo pode ser de apenas 13%. Alguns temem que o resultado não faça diferença.

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Protestos contra Saied e o seu projecto constitucional ZOUBEIR SOUISSI/Reuters

“Dégage”, foi assim que começou. A palavra francesa (“Fora”) tornou-se de tal forma um dos símbolos das revoltas conhecidas como Primavera Árabe que também os egípcios (anglófonos) a usaram, como depois os marroquinos, argelinos ou europeus – “[Nicolas] Sarko dégage”, ouviu-se em Paris; “FMI dégage”, leu-se em cartazes em Lisboa. Quem primeiro gritou “dégage” foram os tunisinos, dirigindo-se a Ben Ali e ao seu regime, mas também ao primeiro chefe de Governo interino, ou a cada governador ou patrão contra os quais protestaram a partir de Janeiro de 2011. Depois do referendo constitucional desta segunda-feira, muitos tunisinos temem que já só lhe reste gritar “dégage” e a começar tudo de novo.

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