Conselho de Ministros de mais de 5 horas foi reunião “útil e produtiva” para lançar “próximos meses”

O primeiro-ministro partilhou na sua conta de Twitter fotografias do encontro nas quais os governantes surgem num ambiente descontraído e a sorrir - um registo distinto das imagens formais destes encontros que o Governo tem por hábito partilhar.

Foto
O primeiro-ministro chamou os seus ministros para um encontro "informal" para preparar o regresso após as férias de Verão LUSA/ANTÓNIO COTRIM

De portas totalmente fechadas, sem declarações à imprensa, nem respostas aos jornalistas. Foi assim o encontro “informal” entre os 17 ministros que António Costa chamou para a Base Naval do Alfeite, em Almada, durante toda a tarde deste sábado. Os governantes chegaram de barco, com partida de Lisboa, e estiveram juntos durante mais de cinco horas. Na sua conta de Twitter, o primeiro-ministro falou de uma reunião “extremamente útil e produtiva”, mas não esclareceu o que esteve em cima da mesa de trabalhos. Segundo informações recolhidas pelo PÚBLICO junto de fonte do executivo, o encontro serviu para “fazer ponto de situação” antes das férias de Verão “e perspectivar os próximos meses”.

Na mesma publicação, António Costa partilhou imagens da viagem de barco e surge ao lado da ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, do ministro da Educação, João Costa, e do ministro das Finanças, Fernando Medina. Numa segunda publicação, o primeiro-ministro afirma que estes quase quatro meses de mandato do XXIII Governo, o seu terceiro como primeiro-ministro, “têm sido muito activos e exigentes” e que por isso “este dia de reflexão e de análise política e prospectiva para os próximos meses foi muito enriquecedor”. Minutos depois da publicação do primeiro-ministro seria a conta oficial do Governo a partilhar um vídeo que resumiu o “dia de trabalho em equipa, focado na preparação dos próximos meses e na resposta aos desafios que se colocam ao país”.

A partilha do lado mais descontraído (e excepcionalmente sorridente) do Governo - que incluiu até uma foto de grupo - surge depois de a oposição ter apontado o dedo aos “problemas de comunicação” do executivo de António Costa que, segundo o primeiro-ministro, deram origem à falsa partida na construção do futuro aeroporto de Lisboa e obrigaram o ministro Pedro Nuno Santos a retratar-se publicamente pela confusão. Agora, com as férias de Verão à porta, o primeiro-ministro parece querer afastar a sombra de “crise interna” na sua equipa e provar que, apesar das “exigências” das circunstâncias dos primeiros meses o Governo está preparado para os próximos tempos, que incluirão um novo pacote de apoio e um novo Orçamento do Estado.

O encontro do executivo - o terceiro, no espaço de uma semana - aconteceu três dias depois do debate sobre o Estado da Nação, um debate que ficou marcado por anúncios de António Costa e por poucas respostas. Se por um lado o primeiro-ministro deixou vários parlamentares sem resposta (numa só ronda foram 17 as perguntas que ficaram por responder), também as medidas anunciadas trouxeram poucos detalhes. É o caso do pacote de medidas de apoio às famílias e empresas para compensar a inflação e a subida das taxas de juro anunciadas para Setembro.

A promessa de um novo pacote de medidas para o Outono já tinha sido admitida pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, ainda em Maio, numa audição no âmbito do debate da proposta de Orçamento do Estado para 2022. À data, a número dois do Governo afirmava que em Setembro existiriam “mais certezas face à natureza da inflação” e haveria assim condições para “definir [outras] políticas” para a combater.

O encontro entre a equipa de António Costa terminou já depois das 19h30 e o primeiro a abandonar o local foi o ministro das Infra-estruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, só depois António Costa saiu.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários