Quando Encarnação Sousa nasceu, a 20 de Março de 1909, Portugal era uma monarquia, com o jovem Manuel II a ocupar um trono deixado vago pela morte precoce do pai, D. Carlos I, assassinado a a 1 de Fevereiro de 1908, num atentado em que morreu também o herdeiro natural, o primogénito D. Luís Filipe. A portuguesa, de Tourais, concelho de Seia, distrito da Guarda, sobreviveu a duas guerras mundiais, duas pandemias e a uma ditadura — morreu na madrugada de quinta-feira, noticiou o Correio da Manhã, aos 113 anos e 122 dias.
Encarnação Sousa foi, nos últimos três anos, a mulher mais velha em Portugal, título conquistado após a morte de Romana Marques, a 15 de Junho de 2019, que nascera pouco antes de Encarnação. A anciã, que residia num lar desde os cem anos, deixa sete filhos (teve nove, mas dois morreram), 14 netos, 21 bisnetos e dois trinetos.
A vida de Encarnação Sousa começou numa pequena freguesia do distrito da Guarda, mas a vida levou-a a outras paragens. Depois de um casamento por procuração, quando tinha 25 anos, mudou-se com o marido para o Congo belga (actual República Democrática do Congo), regressando a Portugal em 1969.
Em Janeiro de 2021, voltou a ser notícia por ter sido uma das primeiras pessoas a serem inoculadas com a vacina contra a covid-19, doença que viria a contrair no último Abril, sem sintomas graves.
Nos últimos dias, de acordo com o Correio da Manhã, a mulher revelou falta de apetite, tendo sido transportada para o Hospital da Fundação Aurélio Amaro Diniz, em Oliveira do Hospital, onde viria a morrer.
O funeral está marcado para este sábado, em Vila Nova de Tazem, depois de uma missa de corpo presente, às 19h, na Igreja Matriz da localidade.