#6 O pai na praia
Se a mãe estiver num raio de um quilómetro, os miúdos descobrem-na e vão ter com ela, para choramingar uma bola de Berlim, ou que lhes traga mais água num balde.
Ana,
Mais um dia de praia, de olho nos toldos vizinhos. Ana, os pais homens dão dez a zero às mães: deitam-se na areia a ler um livro ou a falar ao telemóvel e os filhos não os chateiam. Juro. Vi com os meus próprios olhos.
Se a mãe estiver num raio de um quilómetro, os miúdos descobrem-na e vão ter com ela, para choramingar uma bola de Berlim, ou que lhes traga mais água num balde; mas se não está, resolvem o problema sozinhos. Vão à sua vida, brincam e entretém-se. A sério, temos de os imitar, de fazer como os pais, em lugar de os criticar.
Mãe,
Neste momento estou demasiado cansada para aprender seja o que for, ainda por cima se implicar mudar a minha forma de ser, ou de educar, por isso vou escolher tirar uma lição diferente da sua observação: Os pais (homens) deviam levar mais vezes os filhos à praia sozinhos, enquanto as mães ficam a descansar, mas fora de casa para não se porem a engomar ou a fazer tarefas domésticas.
Parece-lhe bem? Se sim, então partilhe isto com todos os pais que conhece. Incluindo o pai dos meus filhos, evidentemente.
O Birras de Mãe, uma avó/mãe (e também sogra) e uma mãe/filha, logo de quatro filhos, separadas pela quarentena, começaram a escrever-se diariamente, para falar dos medos, irritações, perplexidade, raivas, mal-entendidos, mas também da sensação de perfeita comunhão que — ocasionalmente! — as invade. E, passado o confinamento, perceberam que não queriam perder este canal de comunicação, na esperança de que quem as leia, mãe ou avó, sinta que é de si que falam. Agora, ao longo do Verão, deixam curtos avisos que não são de desprezar. Facebook e Instagram.