Como funcionam os novos radares fixos de velocidade?
Em mês e meio, foram registadas 62.123 ocorrências no sistema de radares fixos em Lisboa. Se todas correspondessem à coima mínima de 60 euros, significaria que tinham rendido mais de 3,7 milhões de euros.
Os novos radares de controlo de velocidade rodoviária em Lisboa, em funcionamento desde 1 de Junho, registaram um total de 62.123 infracções no primeiro mês e meio, com uma média diária de 1380 ocorrências, revelou esta sexta-feira a câmara municipal.
O PÚBLICO explica o que distingue estes aparelhos dos anteriores e como funcionam.
Que radares fixos estão activos em Lisboa desde 1 de Junho?
Trata-se do cinemómetro-radar, marca Jenoptik e modelo TraffiStar SR390, fabricado pela alemã Jenoptik Robot GmbH, tendo a sua utilização e instalação sido aprovada pelo Despacho n.º 8626/2018, publicado em Diário da República, a 7 de Setembro.
O que é?
De acordo com a explicação dada no despacho, assinado pelo presidente do Conselho Directivo do Instituto Português da Qualidade, António Mira dos Santos, trata-se de um cinemómetro-radar, que utiliza como princípio de medição o efeito Doppler, com várias frequências, permitindo obter velocidade, distância e posição.
Que infracções detecta?
Além de medir a velocidade dos veículos, que circulem entre 10 e 300 km/h, o equipamento detecta passagens de sinal vermelho e manobras perigosas.
Qual o alcance?
O TraffiStar SR390 permite medir a velocidade de um veículo até 100 metros, antes e depois da passagem pelo equipamento.
O que acontece se houver mais do que um veículo em excesso de velocidade?
O equipamento consegue ler diferentes veículos em simultâneo e abrange a circulação em até seis faixas — na prática significa que, apesar de montado de um lado da estrada, consegue identificar infracções aos veículos que circulam em sentido contrário e, no caso dos radares da Segunda Circular, Lisboa, com três faixas em cada sentido, a leitura é feita em todas as vias.
Quais os valores das coimas?
Dentro do perímetro urbano, até 20 km acima da velocidade permitida, entre 60 e 300 euros; entre os 20 e os 40 km, 120 a 600 euros; entre 40 e 60 km de 300 a 1500 euros; e mais de 60 km de 500 a 2500 euros. Além do pagamento da coima, o excesso de velocidade também pode ser punido com a perda pontos na carta de condução: dois por contra-ordenações graves (até 20 km acima do permitido) e quatro por contra-ordenações muito graves (acima de 60 km). Pode ser ainda incluída a sanção de inibição de conduzir.
Posso recorrer?
É possível recorrer das multas por excesso de velocidade, dirigindo a defesa e apresentando provas numa carta remetida ao legislador, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), nos 15 dias úteis seguintes à notificação da multa. Em caso de parecer desfavorável, é ainda possível pedir o pagamento por prestações quando o valor ultrapassa os 200€.
Onde estão instalados os 41 novos radares em Lisboa?
Avenida 5 de Outubro (um)
Avenida Afonso Costa (um)
Avenida Almirante Gago Coutinho (dois)
Avenida Brasília (dois)
Avenida Calouste Gulbenkian (um)
Avenida Cidade do Porto (um)
Avenida da Igreja (um)
Avenida da Índia (dois)
Avenida das Descobertas (um)
Avenida de Ceuta (três)
Avenida dos Combatentes (dois)
Avenida Dr. Alfredo Bensaúde (dois)
Avenida Eng. Duarte Pacheco (um)
Avenida Estados Unidos da América (dois)
Avenida Gen. Correia Barreto (dois)
Avenida Infante Dom Henrique (quatro)
Avenida João XXI (um)
Avenida Lusíada (dois)
Avenida Padre Cruz (dois)
Avenida Santos e Castro (dois)
Segunda Circular (seis)