Mundiais de atletismo. Pichardo fez o que “tinha de fazer” na qualificação e conseguiu o primeiro lugar

O atleta assegurou a passagem à final, marcada para sábado, a partir das 18h locais (2h de domingo em Lisboa), no primeiro salto, com 17,16 metros, uma marca que lhe valeu o primeiro lugar na qualificação.

Foto
Reuters/BRIAN SNYDER

O português Pedro Pablo Pichardo, campeão olímpico do triplo salto, disse ter feito “o que tinha de fazer” na qualificação para a final dos Mundiais de atletismo, em Eugene, nos Estados Unidos, na quinta-feira.

Pichardo, de 29 anos, assegurou a passagem à final, marcada para sábado, a partir das 18h locais (2h de domingo em Lisboa), no primeiro salto, com 17,16 metros, uma marca que lhe valeu o primeiro lugar na qualificação.

“Foi bom, acho que correu bem, fiz o que tinha de fazer, que era superar a marca de qualificação e saiu logo no primeiro ensaio. Quando estou bem fisicamente, fico muito confiante. 17,05 não era uma marca difícil para mim, por isso, foi tranquilo. Agora é descansar e ver o que acontece no sábado”, sublinhou o quarto classificado em Doha2019, na primeira presença como português, depois de duas medalhas de prata em Moscovo2013 e Pequim2015, ainda como cubano.

Além da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, superaram os 17,05 da qualificação directa Hugues Fabrice Zango, do Burkina Faso (17,15), bronze em Doha2019, o italiano Emanuel Ihemeje (17,13), o chinês Yaming Zhu (17,08) e o cubano Lázaro Martínez (17,06), campeão mundial em pista coberta, em Belgrado, em Março, quando relegou Pichardo para o segundo lugar, levando o português a encontrar concorrência na competição.

“Tenho [concorrência], nunca se pode subestimar os adversários, no sábado já veremos o que acontece. Por vezes, na qualificação, estão muito tensos, com muitos nervos, vamos ver o que vai acontecer”, referiu o atleta do Benfica, que, depois de ter assegurado a presença na final, ficou no relvado do estádio Hayward Field, para acompanhar o concurso de Tiago Luís Pereira e “puxar para ter mais um representante da selecção na final”.

Ausente da final ficou o norte-americano Christian Taylor, que não foi além do 18.º lugar, com 16,48. O actual campeão do mundo estava de regresso à competição, depois de ter falhado Tóquio2020 devido a uma lesão no tendão de Aquiles.

Com a ausência da Taylor, Pichardo, que tem 18,08 alcançados em 2015, ainda antes de se naturalizar português, em 2017, e o norte-americano Will Claye, vice-campeão do mundo, com o 10.º posto na qualificação, com 16,70, são os únicos finalistas em Eugene2022 que já voaram mais de 18 metros, juntamente com o recordista mundial Jonathan Edwards, o norte-americano Kenny Harrison e o francês Teddy Tamgho.

Os 18,29 de Edwards, a 7 de Agosto de 1995, continuam a estar na “mira” de Pichardo. “Eu vou tentar, vou tentar. Estou em boa forma física. Se a saúde já está boa, vou lutar até ao último salto”, prometeu.

Pichardo, 29 anos, chegou a Eugene2022 como líder do ranking mundial e com a segunda melhor marca do ano (17,46 metros), que lhe valeu a medalha de prata nos campeonatos do mundo em pista coberta, em Belgrado, em Março, atrás de Martínez (17,64).

O atleta do Benfica detém ainda o recorde nacional, com os 17,98 metros da vitória nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, no ano passado.

Portugal, que já conquistou quatro medalhas no triplo, todas por Nelson Évora, com o ouro em Osaka2007, a prata em Berlim2009 e os bronzes em Pequim2015 e Londres2017, tem pela primeira vez dois saltadores na final da disciplina, com o apuramento de Tiago Luís Pereira, repescado com a 11.ª marca (16,69).