PDT de Ciro Gomes e PT de Lula a caminho de romper aliança de 16 anos no Ceará

Escolha de prefeito de Fortaleza para candidato a governador fez o PT anunciar que acabou a aliança e os dois partidos vão dividir o seu eleitorado numa altura em que o candidato de Bolsonaro lidera as sondagens.

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Ciro Gomes, candidato do PDT à presidência, preferia a candidatura de Roberto Cláudio ADRIANO MACHADO/Reuters

O Partido dos Trabalhadores, de Luiz Inácio Lula da Silva, e o Partido Democrático Trabalhista (PDT), de Ciro Gomes, estão prestes a pôr fim à aliança que mantinham no estado do Ceará, nordeste do Brasil, depois de 16 anos. Em causa, a recusa do PDT em apoiar a candidatura da governadora Izolda Cela à reeleição, optando por lançar o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, como candidato.

Em comunicado, citado pela Folha de S.Paulo, o PT do Ceará afirmou esta quarta-feira que a escolha de Cláudio pelo partido de Ciro Gomes (que foi governador do estado e prefeito de Fortaleza) representa “um rompimento tácito e unilateral da aliança”.

Para os petistas, a decisão do PDT demonstra que “prevaleceu a arrogância, o capricho e a expressão de mando”.

Izolda Cela assumiu o governo do Ceará em Abril, quando Camilo Santana renunciou ao cargo para ser candidato ao Senado. Além do PT, outros quatro partidos defendiam que deveria ser ela a candidata ao cargo, mas Ciro Gomes preferia Roberto Cláudio, um nome que não agrada ao PT que fez oposição ao prefeito em Fortaleza.

“Lamento muito que a primeira mulher governadora do Ceará não poderá concorrer à reeleição, após decisão do PDT”, escreveu Camilo Santana no Twitter. “A negação do seu direito à reeleição, pelo seu partido, ficará registada com uma triste página na história política do Ceará.”

O presidente do PDT no estado, André Figueiredo, garante que a escolha não foi consensual, mas foi democrática e transparente, através de eleições internas.

A escolha chega a poucos dias da convenção do PT, marcada para domingo, onde se tomará a decisão de apoiar Cláudio, avançar com candidatura própria ou até apoiar o ex-senador do MDB Eunício Oliveira, inimigo político de Ciro Gomes, pré-candidato à presidência do Brasil contra Bolsonaro e Lula.

Uma divisão no campo anti-Bolsonaro que chega numa altura em que o candidato da direita, o deputado federal Capitão Wagner, segue com grande vantagem nas sondagens.

No sábado, a sondagem Paraná Pesquisas dava 45,4% a Wagner contra 26,8% de Izolda Cela e 44,5% ao deputado do União Brasil no caso da disputa com Cláudio.

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