Covid-19: infecções globais duplicaram em seis semanas, alerta OMS

O aumento das infecções deve-se sobretudo à linhagem BA.5 da variante Ómicron, diz a OMS, alertando que as medidas não devem ser relaxadas, já que o “coronavírus vai continuar a evoluir”.

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Os casos de covid-19 passaram de cerca de três milhões semanais para seis milhões, a nível global, no último mês e meio Reuters/STEPHANE MAHE

Os casos de covid-19 duplicaram no último mês e meio a nível global, passando de cerca de três milhões semanais para os seis milhões actualmente, alertou esta quarta-feira o director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS). “Um aumento de casos de infecção significa que pode haver mais hospitalizações e mais mortes nas próximas semanas”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus em conferência de imprensa, em Genebra.

O responsável da OMS estimou que a maioria das infecções actuais seja originada nos diversos países pela linhagem BA.5 da variante Ómicron, que é, até agora, “a mais contagiosa conhecida” desde o início da pandemia, em 2020.

Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), divulgados na terça-feira, a linhagem BA.5 foi responsável por cerca de 95% das infecções na semana entre 4 e 10 de Julho.

A BA.5 é a linhagem dominante em Portugal desde Maio e foi, de acordo com os especialistas, uma das causas da recente sexta vaga de infecções que se registou no país.

Na segunda-feira, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) recorreu ao exemplo de Portugal para prever que outros países da Europa podem assistir a um aumento de casos de covid-19 devido às linhagens BA.4 e BA.5.

“Espera-se que o aparecimento da BA.4 e BA.5 noutros países da União Europeia e do Espaço Económico Europeu (EU/EEE) resulte em aumentos de casos de covid-19, como observado em Portugal nos últimos meses”, estimou a agência europeia.

De acordo com Tedros Adhanom Ghebreyesus, o coronavírus que provoca a covid-19 “vai continuar a evoluir”, o que obriga os países a não relaxarem nas medidas de resposta à pandemia.

“Alguns países já desmantelaram partes do seu plano de resposta e estão a correr grandes riscos”, alertou o director-geral da OMS, para quem é expectável que se verifiquem novas ondas de infecções, sendo necessário evitar que resultem no aumento de internamentos e óbitos.