Ex-Presidente moldavo pró-russo pede ao povo que derrube o Governo pró-europeu

Igor Dodon acusa o executivo de Natalia Gravrilita de ser o “mais débil da história moderna da Moldova”.

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Igor Dodon quando era Presidente tendo a seu lado a agora chefe de Estado, Maia Sandu, que era então primeira-ministra Valentyn Ogirenko/REUTERS

O ex-Presidente da Moldova, Igor Dodon, pediu esta segunda-feira à população para “derrubar” o Governo de Natalia Gravrilita e forçar eleições antecipadas “para voltar a uma vida normal e a um desenvolvimento económico sustentável”, no meio de um aprofundamento da crise política e económica por causa da invasão russa.

“Há exactamente um ano, os cidadãos votaram num partido que acabou por se revelar o mais mentiroso e incompetente da história do Moldova”, afirmou Dodon, pró-russo, em mensagem divulgada através do Telegram, citado pela Europa Press. “Queridos cidadãos, estão preparados para aguentar outros três anos a fazerem-lhes a vida impossível ou decidiremos juntos como salvar o país e a sociedade?”

Igor Dodon defendeu que o Partido de Acção e Solidariedade “não merece o seu mandato e deve ser derrubado para se organizarem eleições antecipadas”, sublinhando que “a população não pode esperar que termine o mandato”. Segundo o ex-Presidente, o Governo do partido da sua sucessora, Maia Sandu, “não fez nada de bom nem conseguiu alcançar uma realização importante e positiva que tenha permitido aumentar os rendimentos ou melhorar a qualidade de vida da população”.

Considerando o executivo de Natalia Gravrilita como o “mais débil da história moderna da Moldova”, Dodon alertou para o “perigoso” que é ter um Governo assim, “facilmente controlado por factores políticos externos” e que quer “transformar o território do país num campo de batalha da NATO contra a Rússia”.

“O poder na Moldova é um regime fantoche controlado desde o exterior que quer ceder a neutralidade e a soberania do país”, lamentou. “Estas pessoas irresponsáveis e incompetentes, lideradas desde o estrangeiro, vão governar o país mais três anos”, o que se saldará, segundo Dodon, em “aumento de preços, caos, pobreza, abuso e burla aos moldavos até à liquidação total da Moldova”.

Igor Dodon é um político próximo da Rússia que foi colocado em prisão domiciliária durante 30 dias por um tribunal no final de Maio, no âmbito de uma investigação por suspeita de traição, corrupção, enriquecimento ilícito e financiamento partidário ilegal. Processo que o próprio afirma ser motivado por razões políticas.

As suas críticas ao Governo chegam numa altura em que a popularidade do partido no poder, pró-europeu e que conseguiu a 23 de Junho que a União Europeia atribuísse à Moldova o estatuto de país candidato à adesão, caiu de 52% para 23% devido ao cansaço da pandemia, da guerra na Ucrânia, da crise energética e do aumento da inflação.

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