Patriarcado suspende padre por mensagens impróprias e leva caso à Comissão de Protecção de Menores

Em comunicado, e sem esclarecer a que paróquia pertence o sacerdote, quando aconteceu a troca de mensagens ou o seu teor, o Patriarcado de Lisboa informa apenas que “tomou conhecimento de uma troca de mensagens contendo linguagem inapropriada em que está envolvido um padre do seu presbitério”.

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Caso deverá agora ser investigado pela Comissão Diocesana de Protecção de Menores e Pessoas Vulneráveis Adriano Miranda/Arquivo

O Patriarcado de Lisboa anunciou esta quinta-feira, 7 de Julho, ter afastado um padre das suas funções, depois de ter conhecimento de “uma troca de mensagens contendo linguagem inapropriada” e remeteu o caso para a Comissão Diocesana de Protecção de Menores. Em comunicado, e sem esclarecer a que paróquia pertence o sacerdote, quando aconteceu a troca de mensagens ou o seu teor, o Patriarcado de Lisboa informa apenas que “tomou conhecimento de uma troca de mensagens contendo linguagem inapropriada em que está envolvido um padre do seu presbitério”.

“Tendo encaminhado o caso para averiguação na Comissão Diocesana de Protecção de Menores e Pessoas Vulneráveis no cumprimento das indicações canónicas em vigor, o Patriarcado de Lisboa decidiu afastar preventivamente este sacerdote das funções pastorais”, acrescenta a nota.

O caso deverá agora ser investigado pela Comissão Diocesana de Protecção de Menores e Pessoas Vulneráveis, que integra o ex-procurador-geral da República José Souto Moura, que preside à Coordenação Nacional das Comissões Diocesanas de Protecção de Menores, criada pela Igreja Católica.

Também a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica em Portugal, liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, deverá ser informada do caso. Esta comissão revelou no final de Junho ter validado, desde o início do seu trabalho, em Janeiro, 338 testemunhos, tendo 17 casos sido enviados para o Ministério Público.

O pedopsiquiatra Pedro Strecht foi nomeado ainda em 2021 pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) coordenador da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos de Menores na Igreja. A criação de uma comissão nacional para reforçar o atendimento dos casos de alegados abusos sexuais e o seu acompanhamento a nível civil e canónico foi anunciada em Fátima, no dia 11 de Novembro, no final da Assembleia Plenária do episcopado.

A CEP referiu, na ocasião, que a comissão irá “reforçar e alargar o atendimento dos casos [de abusos sexuais] e o respectivo acompanhamento a nível civil e canónico e fazer o estudo em ordem ao apuramento histórico desta grave questão”. O presidente da CEP, José Ornelas, disse no final da reunião que os bispos não receiam a investigação sobre abusos sexuais na Igreja.

“Temos muita pena e custa-nos muito tratar estas coisas [abusos sexuais], como qualquer família que tratasse de um problema destes, mas não temos medo e temos todo o interesse em esclarecer tudo isto”, afirmou José Ornelas.

Segundo a CEP, a “Igreja [católica] continua a enfrentar esta questão com seriedade, quer quanto ao apoio e acolhimento das vítimas, quer quanto à prevenção e formação” e reconhece o “trabalho das comissões diocesanas, constituídas especialmente por leigos qualificados em várias áreas como o Direito, a Psiquiatria e a Psicologia”.