NASA espera aterrar em Vénus em Junho de 2031
De acordo com, James Garvin, cientista-chefe da agência norte-americana NASA, estão envolvidas nesta missão cerca de 2000 pessoas, incluindo parceiros de outros países, um projecto que tem um orçamento de mil milhões de dólares (cerca de 956 milhões de euros).
A NASA pretende aterrar em Vénus em Junho de 2031, uma missão que pela primeira vai estudar o planeta em sobrevoos espaciais e com uma sonda de descida à superfície, adiantou esta segunda-feira o cientista James Garvin.
“A nossa missão será lançada em 2029, voará duas vezes ao redor do Sol, mapeando Vénus em cada uma das vezes, e aterrando em Junho de 2031”, referiu o responsável da missão Deep Atmosphere Venus Investigation of Noble Gases, Chemistry, and Imaging (DAVINCI). James Garvin é um dos participantes da Global Exploration Summit (GLEX), uma cimeira que junta nos próximos quatro dias, nos Açores, cientistas e exploradores de vários países para a partilha de descobertas científicas nos oceanos, no espaço e em terra, mas também para discutir futuras missões nestas áreas.
De acordo com o cientista chefe da agência norte-americana NASA, estão envolvidas nesta missão cerca de 2000 pessoas, incluindo parceiros de outros países, um projecto que tem um orçamento de mil milhões de dólares (cerca de 956 milhões de euros). James Garvin considerou ainda Vénus um “planeta irmão” da Terra, que já terá tido oceanos, entretanto desaparecidos, sendo importante perceber as razões desse fenómeno, através das observações que serão feitas pela missão DAVINCI.
Na prática, a missão incluirá um laboratório de química analítica que vai medir pela primeira vez indicadores do sistema atmosférico e climático de Vénus, alguns dos quais já têm sido objecto de medição desde o início dos anos 80. A NASA espera ainda que a DAVINCI forneça a primeira imagem de descida das zonas montanhosas de Vénus, enquanto mapeia sua composição rochosa e o relevo de superfície em escalas impossíveis de efectuar através da sua órbita. A missão permitirá também medições de gases não descobertos, incluindo componentes que poderão a ajudar a revelar a presença de água, seja como oceanos de água líquida ou vapor na atmosfera primitiva.
A terceira edição da GLEX Summit, uma organização conjunta do Clube de Exploradores de Nova Iorque e da portuguesa Expanding World, junta nos próximos quatro dias as “maiores lendas vivas da exploração a nível mundial”, anunciou a organização. Entre os mais de 50 oradores de várias áreas do conhecimento, constam o astronauta Michael López-Alegría, comandante da primeira missão privada à Estação Espacial Internacional, Bertrand Piccard, explorador suíço e pioneiro da aviação solar, e Rosaly Lopes, astrónoma brasileira que descobriu o maior número de vulcões activos.
As cerca de 40 sessões programadas, que decorrerão em Ponta Delgada, contarão ainda com a participação de Siam Proctor, a primeira astronauta comercial negra a pilotar uma nave espacial, e Borge Ousland, explorador norueguês que fez a primeira travessia da Antárctida sozinho. O Clube dos Exploradores foi fundado em Nova Iorque em 1904 e tem cerca de 3000 membros e entre eles, ao longo das décadas, estão pessoas que chegaram pela primeira vez a locais como o Pólo Norte, o Pólo Sul, a Lua, o topo do monte Evereste e o ponto mais fundo do oceano conhecido, na fossa das Marianas.