NASA pondera missão a Vénus para procurar provas de vida

A agência espacial norte-americana está a avaliar quatro propostas de missões científicas planetárias.

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Vénus NASA

A NASA está a considerar aprovar em Abril de 2021 duas missões científicas planetárias entre as quatro propostas que estão a ser avaliadas, incluindo uma a Vénus que os cientistas envolvidos dizem que poderá ajudar a determinar se o planeta alberga vida ou não. Esta segunda-feira, uma equipa internacional de cientistas anunciou que tinha provas de possíveis marcadores de vida nas ácidas nuvens de Vénus: vestígios de fosfina, um gás que na Terra é produzido por bactérias em ambientes sem oxigénio. Esta é considerada uma prova forte da possibilidade de vida além da Terra.

Em Fevereiro, a agência espacial norte-americana fez uma pré-selecção de quatro missões que estão agora a ser avaliadas por um painel da NASA, duas das quais poderão ter sondas que irão a Vénus. Uma delas, chamada DAVINCI+, poderá enviar uma sonda até à atmosfera de Vénus. “A DAVINCI+ é a escolha mais lógica se se quer acompanhar o que está a acontecer lá [em Vénus], porque a forma de o acompanhar é, na verdade, ir até lá e ver o que está a acontecer na atmosfera”, afirmou à agência Reuters David Grinspoon, um astrobiólogo que está a trabalhar na proposta da DAVINCI+.

As outras três propostas incluem: a IVO, uma missão para a Io, uma nuvem vulcanicamente activa de Júpiter; a Trident, que pretende mapear a Tritão, a lua gelada de Néptuno; e a VERITAS, a outra missão proposta para Vénus que tem o objectivo de perceber a história geológica do planeta. A NASA disse que deverá escolher uma ou duas destas missões. Até agora, a procura de vida no nosso sistema solar não se tem focado muito em Vénus. Na verdade, a NASA lançou em Julho um robô para procurar vestígios de potencial vida passada em Marte.

No decorrer do anúncio da descoberta de segunda-feira, Jim Bridenstine, administrador da NASA, disse que “é hora de dar prioridade da Vénus”. Em comunicado, Jim Bridenstine referiu que o processo de selecção para as potenciais novas missões será difícil, “mas o processo será justo e sem enviesamentos”. David Grinspoon, que é cientista do Instituto de Ciências Planetárias (nos Estados Unidos), considerou que o processo de selecção deverá ser sensível às recentes descobertas científicas.