Seca extrema leva cidades italianas a racionar consumo de água

Verona e Pisa anunciam restrições numa altura em que Itália sofre onda de calor intenso. Várias regiões pedem ao Governo que declare o estado de emergência.

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O rio Pó, o mais extenso do país, secou em partes do seu curso e regista os níveis mais baixos em mais de 70 anos Reuters/GUGLIELMO MANGIAPANE

As cidades italianas de Verona e Pisa anunciaram a imposição de restrições ao consumo de água devido à recente queda nos reservatórios causada pela seca e numa altura em que o país sofre uma intensa onda de calor.

Em Verona, a água só pode ser utilizada para “fins domésticos, higiene e limpeza pessoal”, anunciaram as autoridades municipais este sábado. Além disso, entre as 6h e as 21h é proibida a rega, lavagem de viaturas ou enchimento de piscinas e solicita-se que todas estas actividades sejam evitadas durante o resto do tempo.

As medidas vigoram até 31 de Agosto e estão previstas coimas até 500 euros para quem não cumprir o regulamento.

Por sua vez, em Pisa, na Toscania, medidas semelhantes serão impostas a partir de 11 de Julho. A água potável só poderá ser usada para actividades domésticas.

A Itália sofre uma intensa onda de calor, agravada pela falta de chuva. O rio Pó, o mais extenso do país, secou em partes do seu curso e regista os níveis mais baixos em mais de 70 anos. Precisamente por causa do baixo caudal do rio, a água do mar entrou até 30 quilómetros no interior da sua foz no Mar Adriático, com o consequente impacto nas populações circundantes.

Alguns municípios do Norte do país estão a racionar água há várias semanas e, em cidades como Milão, o abastecimento das maiores fontes foi cortado.

Várias regiões pediram ao Governo que declare estado de emergência para permitir a chegada de ajuda económica e a adopção de medidas de defesa civil. O primeiro-ministro Mario Draghi anunciou que novas medidas serão tomadas possivelmente a partir desta segunda-feira.

Enquanto isso, o Ministério da Saúde italiano activou o estado de “alerta vermelho” devido à onda de calor em 22 cidades do país, incluindo a capital, Roma, Florença, Bolonha, Trieste, Palermo, Nápoles e Bari. Os especialistas recomendam que a população, especialmente no Sul do país, se proteja do sol entre as 11h e as 18h e que sejam evitadas as concentrações de pessoas.

A onda de calor, baptizada de Caronte (em referência ao barqueiro que transportava as almas para o submundo na mitologia grega), provocou temperaturas até 44 graus centígrados em algumas áreas do país durante o fim-de-semana, principalmente no centro. Regiões como o interior da Úmbria, Lazio e Abruzzo chegarão aos 43 graus, informou o jornal La Stampa.

Os meteorologistas prevêem que a partir de 7 de Julho, o impacto dos anticiclones que trouxeram as altas temperaturas começará a enfraquecer gradualmente e o ar mais frio chegará ao Norte e Centro do país, o que provavelmente causará chuvas fortes e tempestades.