A ciência pode ser a “cola” da sociedade, e esta empresa quer acelerar o processo
As cidades suíças de Lausanne e Neuchâtel foram palco de dois eventos dedicados à inovação e progresso com base em ciência, com a Philip Morris International como força motriz.
Os dados são peremptórios: 92% dos adultos inquiridos em Portugal acreditam que as decisões que afectam a sociedade e a Saúde Pública devem ser baseadas em ciência e factos. Uma conclusão que resulta do estudo internacional “Encouraging a Balanced Approach”, realizado pela consultora Povaddo, cujos resultados foram apresentados no passado dia 13 de Junho, nas instalações da Philip Morris International (PMI) em Lausanne, Suíça.
Realizado em 22 países e contando com a participação de mais de 44 mil indivíduos, o estudo revela que a maioria dos consumidores ambiciona que as políticas e decisões políticas tenham em conta as suas opiniões, sendo igualmente de sublinhar que 82% dos inquiridos revelaram acreditar que as soluções mais adequadas para os desafios globais mais prementes podem ser encontradas através de uma abordagem ponderada, e não através da polarização que tem sido a norma em anos recentes.
Estes são dados relevantes no panorama actual, especialmente quando confrontados com a legislação dos produtos de tabaco e da nicotina, um sector onde os inquiridos – tanto consumidores e não consumidores – acreditam que os produtos alternativos podem ter um papel importante na redução do impacto social e para a saúde dos produtos de tabaco. Uma visão partilhada pela Philip Morris International e a sua subsidiária portuguesa Tabaqueira, que têm vindo a desenvolver produtos sem combustão, no âmbito da sua estratégia de redução de risco.
“Penso que as pessoas reconhecem que a polarização é na realidade um modo de vida, e está a acontecer por muitas razões diferentes” - referiu William Stewart, Presidente e fundador da Povaddo, oferecendo uma perspectiva mais qualitativa, à margem da apresentação do estudo “Encouraging a Balanced Approach”. “Como alguém que está no negócio da investigação há muito tempo, tenho visto, de certa forma, que a mudança ao longo do tempo se relaciona com a informação que as pessoas recebem, e a forma como a recebem. É preciso conseguir separar a ficção dos factos, e as pessoas continuam a precisar de uma estrela que os guie. E a ciência pode ser essa estrela.”
William Stewart alargou também a sua análise ao papel das empresas neste processo transformacional, com base nos resultados do estudo, que indicam que 85% dos inquiridos a nível global (em Portugal o valor ascende aos 92%) acreditam que o trabalho conjunto entre cidadãos e empresas terá um impacto significativo.
“A maneira como consumimos produtos tem a capacidade para promover mudanças sociais” -sublinha o Presidente da Povaddo - “e acredito que as empresas mais sofisticadas estão em contacto com as atitudes da sociedade sobre diferentes questões e diferentes tópicos. Para que a sociedade faça progresso nesses tópicos, para que a sociedade evolua e avance na direcção certa, as empresas precisam de se adaptar e precisam de se transformar, tal como a Philip Morris está a transformar o seu negócio.”
Progresso centrado nas pessoas e na ciência
Nas margens do lago Neauchâtel existe um edifício a que chamam “O Cubo”. Dentro das suas paredes de vidro, que facilitam a comunicação visual, trabalham milhares de pessoas na investigação e desenvolvimento de produtos na área do tabaco e da nicotina, mas não só. Este pólo de inovação científica da Philip Morris recebeu no passado dia 14 de Junho o evento Technovation, onde centenas de jornalistas de vários países de geografias distintas puderam tomar o pulso à estratégia da Philip Morris International para levar cada vez mais fumadores a optar por soluções alternativas, que os estudos de anos recentes têm demonstrado ser uma peça importante na redução de risco, especialmente na incidência de doenças crónicas.
Ao longo de um dia foi dado acesso privilegiado não só ao espaço, mas também à visão desta empresa para um processo de transformação que pretende ser global. Tudo começou em 2019, quando a empresa tomou a decisão – ousada e, até ao momento, por replicar por outras empresas dentro do sector – de substituir gradualmente todos os seus produtos de tabaco tradicional por produtos sem combustão. Uma decisão que, segundo Tommaso Di Giovanni, Vice-Presidente de Comunicação da PMI, implica um esforço de investimento que já ultrapassa os 9 mil milhões de dólares, desde 2008.
Esse esforço começa já a dar frutos expressivos, com mais de 12 milhões de adultos fumadores (a nível global) a fazerem a mudança para produtos “smokeless”, que o departamento científico da Philip Morris – substanciado por relatórios independentes – afirma representarem uma redução de 90 a 95% de compostos químicos nocivos, quando comparados com tabaco convencional.
Dados que representam um ponto positivo para a saúde pública, especialmente à luz dos primeiros estudos de longo prazo, que começam agora a ser revelados, e que referem que a mudança para estes produtos alternativos pode resultar na redução do risco de doenças cardiovasculares entre os fumadores adultos, sendo apenas ultrapassada pela cessação dos hábitos tabágicos. A empresa promove essa cessação, mas encara que a sua obrigação para com a sociedade é facilitar a transição para hábitos que reduzam o risco para quem opta por continuar a fumar.
Esse “meio-termo” que, de acordo com o estudo apresentado pela Povaddo, é algo ambicionado pelos consumidores de produtos de tabaco e até os não consumidores, terá certamente um impacto positivo na sociedade a longo prazo, mas os seus resultados poderão até estender-se a outras áreas que não estão ligadas com o sector do tabaco e nicotina. A investigação e desenvolvimento de tecnologia e conhecimento que resulta da criação dos produtos “smokeless” está já a ser estudada, nomeadamente na sua potencial aplicação enquanto plataforma de sistemas in vitro para exposição de aerossóis para avaliação farmacológica e toxicológica.
Este é apenas mais um dos sinais de que o diálogo aberto, com fundamento científico, pode ser o caminho certo para aproximar uma sociedade cada vez mais polarizada, “colar” de certa forma as questões fracturantes que ainda impedem o progresso social.