Turismo recuperou 4,6 mil milhões de euros em 2021
Estimativa do INE refere que a actividade turística gerou um contributo directo e indirecto de 16,8 mil milhões de euros para o PIB no ano passado, o que corresponde a 8% e compara com os 11,8% de 2019.
O sector do turismo teve 21,3 mil milhões de euros de receitas em 2021, de acordo com os dados preliminares divulgados esta segunda-feira pelo INE, mais 4,6 mil milhões de euros (equivalente a uma subida de 27%), do que em 2020, o primeiro ano da pandemia de covid-19. Este valor, que faz parte da conta satélite do turismo apresentada esta segunda-feira, diz respeito à despesa do consumo turístico e reúne tanto os gastos dos turistas do estrangeiro como os dos turistas portugueses.
Apesar da forte recuperação, este valor está ainda 35% abaixo do recorde de 2019, quando se chegou aos 32,9 mil milhões de euros, e 9% abaixo do montante de 2016. Os 21,3 mil milhões registados no ano passado, refere o INE, correspondem a 10,1% do PIB, o que compara com os 8,4% de 2020 mas que está ainda 5,2 pontos percentuais abaixo do nível de 2019.
Já o Valor Acrescentado Bruto gerado pelo Turismo (VABGT) subiu 27,3% em 2021, para 10.671 milhões, e representou 5,8% do VAB nacional (ainda 2,3 p.p. abaixo de 2019).
Estima-se que a actividade turística tenha gerado um contributo directo e indirecto de 16,8 mil milhões de euros para o PIB em 2021, o que corresponde a 8% (6,6% em 2020 e 11,8% em 2019)”, diz o INE. “Estes resultados”, acrescenta-se, “traduziram-se num contributo de cerca de 2/3 para a redução em volume do PIB em 2020, e em pouco mais de 1/3 para a sua recuperação em 2021”.
No ano passado, explica-se, “quer as importações, quer as exportações de turismo observaram um aumento próximo de 30%” face a 2020, mas os valores “foram ainda inferiores aos registados em 2019: -31,0% no caso das importações e -45,6% no caso das exportações.
De acordo com o INE, “os produtos que mais contribuem para o PIB turístico, como os serviços de alojamento, a restauração e similares, os transportes (especialmente os transportes aéreos) e os serviços de aluguer, foram os que mais sofreram os impactos económicos da pandemia”, o que se reflectiu “em reduções, em volume, entre 46,5% e 65,7% no PIB turístico gerado por estas actividades” em 2020. Já no ano passado “os mesmos produtos observaram, em regra, crescimentos intensos (entre 14,4% e 59,1%) face ao ano anterior, à excepção dos serviços de aluguer, que continuaram a registar um decréscimo”.
A importância do turismo na economia portuguesa fica também bem patente nos dados do mercado de trabalho. De acordo com o INE, e já com base em resultados finais, em 2019 o emprego nas actividades características do turismo chegou aos 463.372 equivalentes a tempo completo (ETC, que agrega também trabalhos em part-time), o que representou um crescimento de 4,3% face ao ano anterior e 9,6% do total nacional. “Considerando exclusivamente a componente turística das actividades características do turismo, esta correspondeu a 5,6% do total do emprego nacional (270.986 ETC)”, explica o INE.
Em 2019, a remuneração média por trabalhador foi inferior em 3,9% à média nacional, mas é preciso ter em conta que estão aqui reunidas várias realidades: no caso dos transportes de passageiros (onde está a aviação) o valor do salário é 147,5% face à média, quando na restauração e similares estava nos 77,2% (sobe para 91,4% na hotelaria).