Bulgária dá passo para desbloquear negociações da UE com a Macedónia do Norte
Deputados aprovaram a retirada do veto búlgaro proposta pela presidência francesa do Conselho da União Europeia.
O Parlamento da Bulgária aprovou esta sexta-feira a proposta da presidência francesa do Conselho da União Europeia para desbloquear as negociações de acesso da Macedónia do Norte ao bloco comunitário, o que deixa agora nas mãos do Governo búlgaro em funções a retirada definitiva do veto.
A medida, introduzida pela aliança Bulgária Democrática, foi aprovada com 170 votos a favor, 37 contar e 21 abstenções e chega num momento-chave para a integração europeia em plena guerra da Ucrânia, segundo o diário Dvenik.
O texto está agora nas mãos do Conselho de Ministros, que terá de ratificá-lo. A votação coincidiu com um momento de grande tensão para a Macedónia do Norte por causa da proposta francesa, considerada pela oposição política macedónia como uma “bulgarização” e que foi recusada pelo primeiro-ministro, Dimitar Kovachevski.
No entanto, a Macedónia do Norte não tem, teoricamente, o direito de recusar este marco de negociação, embora possa rejeitar negociações ou assinar um protocolo bilateral que dê à Bulgária as garantias necessárias.
Tudo apontava que a Bulgária surgisse com uma posição concreta em relação à negociação na reunião do Conselho Europeu, se bem que, na quinta-feira, o primeiro-ministro interino, Kiril Petkov, que perdeu há dias uma moção de censura, tenha assegurado que cabia ao Parlamento levantar o veto.
A crise interna que levou à queda do Governo de Petkov tem como um dos motivos fundamentais a questão do acesso da Macedónia do Norte à União Europeia.
A Bulgária usou como argumentos para obstruir o caminho à abertura oficial de conversações sobre a adesão da Macedónia do Norte à União Europeia as divergências históricas e linguísticas, isto depois de há dois anos os 27 terem dado luz verde a negociar a sua entrada e a da Albânia.
A oposição búlgara à Macedónia do Norte impediu também a abertura de negociações com a Albânia, porque Bruxelas diz que o progresso de um e de outro estão relacionados.