Xiaomi preparada para ligar “tudo”
A Xiaomi apresentou novos produtos e reafirmou que é muito mais que apenas uma marca de telemóveis. E diz que há (muito) por onde crescer no mercado português.
Uma pulseira inteligente, um tablet/PC, um televisor e uma trotinete, por esta ordem. Nada de telemóveis. A Xiaomi apresentou esta semana em Paris novos produtos para cimentar o ecossistema da marca e reforçar a ambição de ligar “tudo” na vida dos consumidores.
Para isso é preciso estrutura e diversidade, e a Xiaomi está a construir muito depressa as duas coisas. Acredita que é na Inteligência Artificial (IA) e na Internet das Coisas (IoT, sigla mais usada, em inglês) que assenta a expansão mundial da marca, que já tem ligados à rede quase 480 milhões de equipamentos.
Uma parte destes são telemóveis, mas a grandeza crescente do número explica-se pela variedade: na China existem cerca de dois mil produtos Xiaomi distintos, distribuídos pelo entretenimento, produtos para a casa, mobilidade e fitness.
Portugal é um país com muito potencial de crescimento, explicou ao PÚBLICO Tiago Flores, director da Xiaomi Portugal, e por isso vão começar a chegar em breve outro tipo de produtos, que vão desde os grandes electrodomésticos (frigorífico, ar condicionado) aos dispensadores de alimentos para animais domésticos. A empresa estima que o número médio de equipamentos conectados por consumidor seja de 2,5, valor que prevê ver subir “para seis ou sete nos próximos dois anos”.
Portugal, sendo ainda “pouco conectado”, torna-se um mercado atractivo, até porque o acrescentar de produtos mantém os consumidores ligados às marcas. Contudo, neste capítulo, Tiago Flores faz questão de explicar que os equipamentos da Xiaomi “são compatíveis com outras plataformas de gestão”, tais como as da Google e da Apple. Ser uma “plataforma aberta”, enquanto não se encontra um padrão para a comunicação da IoT, garante versatilidade e permite que o foco se vire para o produto.
Olho na mobilidade
A Xiaomi mostrou em Paris quatro novidades que sustentam a ideia que o director da marca em Portugal descreve como “olhar para o consumidor de forma 360º”. A nova Smart Band 7 (59 euros) tem um ecrã AMOLED mais amplo que a geração anterior e mais de 110 modos desportivos, que podem ser personalizados para permitir ajustar horários e intensidade de treino, nomeadamente o aquático — resiste até 50 metros de profundidade. Monitoriza o sono, o batimento cardíaco e a saturação de oxigénio no sangue, é um produto elegante e de estilo, disponível com uma centena de mostradores e braceletes intermutáveis de várias cores.
Igualmente virado para a mobilidade, o novo Book S (699 euros, disponível a partir do final deste mês) é um tablet de 12,4 polegadas com processador Qualcomm que se transforma em PC quando acoplado a um teclado (acessório). Corre o Windows 11, o que faz dele um computador portátil que deverá ser capaz de cumprir com a maioria das funções de produtividade e lazer.
Já os televisores da série Xiaomi TV A2 pretendem ser um dispositivo capaz de centrar as funcionalidades de controlo dos equipamentos de domótica — vem equipado de raiz com o assistente da Google no sistema operativo Android TV. A principal aposta da série é o modelo de 55 polegadas, com resolução 4K, Dolby Vision e Dolby Audio. As A2 também vão estar disponíveis em mais quatro tamanhos: 32, 43, 50 e 58 polegadas. Os preços para o mercado português ainda não são conhecidos, mas deverão rondar os 550 euros no modelo de 55 polegadas.
Finalmente, a trotinete, a representação mais literal do que se entende por mobilidade. A nova Electric Scooter 4 Pro (799 euros) tem um motor de 700 W capaz de atingir os 25 km/h e subir vias com 20% de inclinação. A bateria de 12.400 mAh é carregada por ficha magnética e a autonomia anunciada é de 45 quilómetros. Feita em alumínio e preparada para durar, apresenta novos pneus resistentes a furos feitos de um material chamado Xiaomi DuraGel.
O PÚBLICO viajou a Paris a convite da Xiaomi