Seca. Agricultores de Portalegre preocupados com falta de suplementos para animais
O vice-presidente da Associação dos Agricultores do Distrito de Portalegre (AADP), Francisco Corado, alertou que, além da guerra, do preço dos combustíveis e do aumento dos custos de produção, também “há o factor especulação” em curso nesta altura no mercado.
Os agricultores de Portalegre manifestaram-se hoje preocupados com a falta de suplementos para fornecer aos animais devido à seca e à “loucura” dos efeitos da guerra na Ucrânia e dos preços dos combustíveis.
As produções de alimentos para os animais “foram muito mais pequenas”, e, por isso, “temos de comprar suplementos”, só que “o comprar, entre a seca, a guerra e o preço dos combustíveis, é uma loucura, é uma situação complicada”, alertou um dirigente do sector.
Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da Associação dos Agricultores do Distrito de Portalegre (AADP), Francisco Corado, argumentou que o cenário é “péssimo”.
O também agricultor alertou que, além da guerra, do preço dos combustíveis e do aumento dos custos de produção, também “há o factor especulação” em curso nesta altura no mercado.
“O cenário vai-se agravar, daqui para a frente vai sempre agravar-se. Eu, em condições normais, só começaria a suplementar os animais em finais de Agosto, princípios de Setembro, mas, agora, vou suplementar em Junho”, disse.
Francisco Folgado estimou ainda que possam vir a ocorrer perdas nas culturas, principalmente nas de sequeiro “entre os 30 a 40%” da produção.
Com a redução da produção de forragens na sua exploração devido à seca, Francisco Corado exemplificou que vai ter que “gastar mais depressa e numa quantidade maior” os suplementos de que dispõe para poder alimentar os animais.
“É tudo a andar para trás. No caso da minha exploração, eu normalmente tenho 100 dias de suplementação e, este ano, vou ter 150. Ao produzir menos, vou ser obrigado a comprar muito mais e a preços muito mais altos”, lamenta.
No que diz respeito ao abeberamento dos animais, o vice-presidente da AADP considerou que, nesta altura, ainda não é muito preocupante a situação, mas, dentro de “15 dias a um mês” a situação vai ser mais alarmante, devido à falta de chuva e água armazenada.