De Moscovo a Lisboa, com passagem por Marselha ou Berlim: no livro Afropeu – A Diáspora Negra na Europa, o inglês Johny Pitts, filho de pai americano negro e mãe inglesa branca, que cresceu entre Sheffield e Londres, leva-nos por lugares tantas vezes invisíveis, num desafio à nossa percepção da Europa.

Afropeu? A palavra contém um elemento de utopia, como diz Pitts em entrevista a Vítor Belanciano. É um espaço por vir. Um lugar para imaginar. "O termo afropeu permite uma identidade sem hífen. Não somos mistos, metade isto, ou aquilo. Os negros na Europa têm uma história, embora muitas vezes não constem nos livros de referência. Espero que essa palavra possa desaparecer e não ter qualquer relevo dentro de alguns anos. Seria um bom sintoma. Da mesma maneira que seria bom que alcançássemos igualdade. Aí seríamos humanos de igual maneira e não haveria que corrigir assimetrias baseadas na cor da pele"

 
           
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          Quando o amor à região do Porto dá lugar a uma obra de arte

O Parque Nascente desafiou a comunidade local a expressar o amor à região do Porto. De várias mãos, com diferentes formas e idades, nasceram representações artísticas que ganham agora uma nova escala numa obra de arte colaborativa, inaugurada a 25 de Junho.

         
           
 

 

Ao quarto romance Tayari Jones, escritora de Atlanta, EUA, sai do semi-secretismo dos clubes de leitura de mulheres negras para se tornar num sucesso mundial e conquistar um dos prémios mais prestigiados da literatura. Um Casamento Americano trata do efeito de uma injustiça na mais íntima das instituições: o casamento. Pela lupa da violência do sistema prisional norte-americano. Não pelo lado teórico, mas a partir do questionamento da relação amorosa entre duas pessoas numa sociedade racista. É um livro sobre o amor negro no Sul do século XXI.

 

Anúncios breves de histórias de intensidade duradoura nesta edição:

Fiel à sua tendência para de se atirar àquilo que lhe possa parecer interdito, o Teatro Praga propôs-se apresentar a sua A Sagração da Primavera no CCB e no Rivoli

Angel Olsen criou um clássico moderno: Big Time, o coração na country, mas não se contendo nela

Primeira tradução a partir do original, que durante décadas se julgou perdido, de um dos romances políticos mais estudados sobre o autoritarismo: Eclipse do Sol, de Arthur Koestler

Já está nas salas Um Corpo que Dança – Ballet Gulbenkian 1965 – 2005, o novo filme de Marco Martins: só com imagens de arquivo revisita a história do Ballet Gulbenkian para falar de um corpo em mudança, um país em transição

Ao encerrar a sua trilogia sobre o mundo do trabalho, após A Lei do Mercado e Em Guerra, Stéphane Brizé regressa aos seus inícios: o de operário dos sentimentos. Um Outro Mundo junta Vincent Lindon e Sandrine Kiberlain, o par do romantismo tardio de Mademoiselle Chambon